Transporte Internacional de Cavalos: Como o Brasil Conquistou o Mercado Europeu com Excelência e Logística

March 9, 2025

Operação inédita leva 25 cavalos brasileiros à Alemanha e abre caminho para novos negócios no agronegócio equestre. Descubra os segredos por trás dessa megaoperação!


  1. Autorização e Regulamentação
  2. Vacinas e Requisitos Sanitários
  3. Logística e Transporte
  4. Custos Aproximados
  5. Impacto Econômico
  6. Conclusão

1. Autorização e Regulamentação

A exportação de cavalos exige um rigoroso alinhamento entre normas nacionais e internacionais. No Brasil, o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) é o responsável por emitir o Certificado Veterinário Internacional (CVI), documento que comprova a saúde dos animais e atende às exigências do país de destino. No caso da União Europeia, a operação dos 25 cavalos só foi possível após anos de negociações para reabrir o mercado, fechado por embargo sanitário até 2024.

Um avanço crucial foi a regionalização de zonas livres de doenças, como a BR-1, que inclui estados como Paraná e Rio de Janeiro. Essa estratégia permitiu que apenas animais de áreas certificadas fossem exportados, garantindo segurança aos europeus. Além disso, empresas como a Carga Viva Export atuaram em parceria com a Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) para agilizar trâmites burocráticos, provando que a união entre setor público e privado é fundamental.

A fiscalização foi outro pilar: auditores da Vigiagro inspecionaram passaportes equinos (sim, cavalos têm passaporte!) e emitiram certificações antes do embarque. Sem esse cuidado, os cavalos não decolariam. O resultado? Uma operação sem falhas, que elevou a credibilidade do Brasil no mercado global.


2. Vacinas e Requisitos Sanitários

Antes de embarcar, os cavalos passaram por um verdadeiro “check-up de elite”. Vacinas como a Influenza Equina foram aplicadas em janelas específicas (21 a 90 dias antes do voo), enquanto exames laboratoriais descartaram doenças graves como Anemia Infecciosa Equina (AIE) e Mormo, males que já causaram embargos no passado.

A quarentena pré-embarque foi etapa decisiva: por 14 dias, os animais ficaram isolados em instalações aprovadas pelo MAPA, sob monitoramento veterinário. Nesse período, amostras de sangue e swabs foram analisadas para garantir que nenhum patógeno viajasse junto. Curiosamente, algumas doenças exigem que o animal não seja vacinado, como a Peste Equina Africana, inexistente no Brasil.

O cuidado não parou aí: cavalos com histórico de viagens internacionais foram escolhidos para acompanhar os menos experientes, reduzindo o estresse durante o voo. Tudo para cumprir o Código Sanitário da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e garantir que os equinos chegassem à Europa em plena forma.

3. Logística e Transporte

Transportar cavalos por avião é uma operação de precisão. Tudo começa no haras, onde os animais são treinados para entrar em contêineres especiais. Na operação rumo à Alemanha, caminhões com amortecedores e divisórias acolchoadas levaram os cavalos ao Aeroporto do Galeão (RJ), onde uma estrutura temporária, a Animals Station, ofereceu baias climatizadas e suporte veterinário 24h.

Dentro do avião, os contêineres (ou “gaiolas aéreas”) acomodaram até três cavalos cada, com ventilação, água e feno à disposição. A viagem foi monitorada por tratadores e veterinários, que checaram frequência cardíaca e hidratação. Sedação? Apenas em casos extremos, pois pode comprometer o equilíbrio dos animais em altitude.

Ao pousar em Frankfurt, nova inspeção sanitária liberou os cavalos para seguir de caminhão a países como Holanda e Portugal. A operação foi um marco logístico, provando que o Brasil domina técnicas de transporte que priorizam o bem-estar animal.

4. Custos Aproximados: Quanto Custa Levar um Cavalo ao Exterior?

O investimento varia conforme a distância e o nível de exclusividade. Para a Europa, o frete aéreo fica entre € 6.500 (R35mil) e €15.000(R 80 mil) por animal, dependendo do compartilhamento de contêineres. Na operação dos 25 cavalos, a carga consolidada reduziu custos individuais, mas ainda assim foram necessários R$ 10 a 15 mil em documentação e taxas aduaneiras.

A quarentena pré-embarque acrescentou cerca de R$ 5 a 10mil por animal, incluindo exames e estadia. No total, um embarque econômico pode custar R$ 40−50mil por animal, enquanto cavalos de alto valor (como reprodutores) exigem investimentos acima de R$ 40−50 mil por animal. Para criadores, o retorno justifica o gasto: cavalos de elite podem valer milhões, e a exportação abre portas para negócios internacionais.

5. Impacto Econômico

A operação com a Alemanha não foi apenas logística: 23 dos 25 cavalos eram Puro-Sangue Lusitanos, raça valorizada em competições e criatórios europeus. Esses animais representam o Brasil em torneios e melhoram genéticas estrangeiras, elevando o prestígio da equideocultura nacional.

Com a reabertura do mercado europeu, o setor prevê crescimento de 15% nas exportações até 2026, segundo a Câmara Setorial de Equideocultura. Cada cavalo exportado movimenta uma cadeia de serviços (veterinários, transportes, seguros) e atrai divisas. Um garanhão de alto padrão, por exemplo, pode ser vendido por até € 500 mil na Europa.

Além disso, a operação reforça a imagem do Brasil como fornecedor confiável, pavimentando o caminho para exportar material genético (sêmen, embriões) e expandir mercados na Ásia e Oriente Médio.

6. O Futuro da Equideocultura Nacional

A exportação dos 25 cavalos à Alemanha não foi só um feito logístico: foi um marco econômico. Mostrou que o Brasil domina protocolos sanitários, logística de ponta e negociações internacionais, posicionando-se como player global no mercado equestre.

Para criadores, é hora de aproveitar a onda: investir em genética, certificações sanitárias e parcerias com empresas especializadas em transporte. Com o apoio do MAPA e entidades setoriais, a equideocultura brasileira tem potencial para galopar rumo a novos horizontes, transformando cavalos em embaixadores de qualidade e gerando riqueza para o agronegócio.


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Fonte:
https://www.comprerural.com/mega-operacao-embarca-25-cavalos-em-voo-para-alemanha/
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