Carne brasileira conquista os EUA: exportações crescem quase 500% em 2025

May 12, 2025

Alta demanda, crise no rebanho americano e competitividade brasileira impulsionam novo ciclo de exportações

  1. Uma arrancada histórica
  2. Estados Unidos enfrentam escassez de gado
  3. Tarifas elevadas não freiam o apetite americano
  4. Oportunidades e desafios para a pecuária brasileira
  5. O que esperar para os próximos meses

1. Uma arrancada histórica

As importações de carne bovina pelos Estados Unidos tiveram uma disparada sem precedentes em 2025. Apenas entre janeiro e abril, foram embarcadas 135,8 mil toneladas, representando um aumento de 498% em comparação ao mesmo período do ano passado. Esse volume já posiciona os EUA como o segundo principal destino da proteína brasileira, atrás apenas da China.

O ritmo acelerado reforça a relevância da carne bovina do Brasil no mercado internacional. Mesmo com desafios logísticos e barreiras tarifárias, a indústria nacional segue demonstrando força, capacidade de adaptação e competitividade. O desempenho atual já supera a média registrada em 2024, quando o total exportado ao longo do ano foi de 229 mil toneladas.

2. Estados Unidos enfrentam escassez de gado

O expressivo aumento das importações se deve, em grande parte, à menor oferta interna nos Estados Unidos. O rebanho bovino americano atingiu seu menor nível em quase 70 anos, afetando diretamente a capacidade de produção local. Com isso, frigoríficos e distribuidores passaram a recorrer ao mercado externo para garantir o abastecimento.

O Brasil, líder global em exportação de carne bovina, se beneficia diretamente desse cenário. A parceria entre os dois países, que já vem sendo construída desde a reabertura do mercado americano em 2020, ganha novo fôlego diante da demanda crescente. A qualidade da carne brasileira e o compromisso com sanidade animal têm sido diferenciais valorizados por importadores dos EUA.

3. Tarifas elevadas não freiam o apetite americano

Apesar de uma cota anual de 65 mil toneladas com isenção tarifária, o excedente exportado pelo Brasil é taxado em 26,4%. Ainda assim, o volume continua crescendo. Isso mostra que, mesmo com tarifas elevadas, o produto brasileiro permanece competitivo e desejado no mercado norte-americano.

O governo brasileiro, atento a essa movimentação, busca ampliar essa cota para 150 mil toneladas por meio de negociações bilaterais. A medida visa não apenas aumentar o volume livre de tarifas, mas também fortalecer o equilíbrio comercial, já que o etanol brasileiro também enfrenta barreiras nos EUA. A expectativa é que uma decisão seja tomada ainda em 2025.

4. Oportunidades e desafios para a pecuária brasileira

Esse momento de alta nas exportações cria um ambiente de oportunidades para pecuaristas e frigoríficos brasileiros. A elevação da demanda pode estimular investimentos em produtividade, melhoramento genético, rastreabilidade e infraestrutura logística. Além disso, o ganho em valor agregado pode beneficiar regiões produtoras em todo o país.

Por outro lado, o aumento repentino também impõe desafios. O setor precisa garantir regularidade no fornecimento, atender aos padrões exigidos pelo mercado americano e evitar riscos sanitários que possam comprometer o acesso. Manter a sustentabilidade da produção e reforçar a imagem positiva da carne brasileira são prioridades para consolidar esse avanço.


5. O que esperar para os próximos meses

Com a tendência de manutenção da baixa oferta nos Estados Unidos, o Brasil deve seguir como fornecedor estratégico ao longo de 2025. O desempenho das exportações nos próximos trimestres será influenciado pelas negociações em curso sobre as cotas tarifárias e também pelas variações cambiais, que afetam diretamente a competitividade do produto.

Além disso, há um movimento de diversificação do destino da carne brasileira, o que pode reduzir a dependência de mercados únicos. Enquanto isso, o setor produtivo e os órgãos governamentais permanecem atentos às exigências internacionais, buscando garantir qualidade, volume e segurança para manter o protagonismo da pecuária brasileira no cenário global.

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Fonte:
https://www.canalrural.com.br/pecuaria/carne-do-brasil-importacao-pelos-eua-cresce-quase-500/
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