Os drones agora também são balança? Inteligência artificial pesa o gado no pasto e promete revolucionar a pecuária

October 8, 2025

Startups brasileiras unem visão computacional, drones e algoritmos para pesar e contar bovinos no campo, reduzindo tempo de manejo e estresse animal.


Transformação digital no campo: a nova cara da pecuária

O avanço da tecnologia vem remodelando o agronegócio brasileiro — e a pecuária é uma das áreas mais impactadas.
A chegada da câmera com inteligência artificial que pesa o gado no pasto inaugura uma fase de automação, eficiência e bem-estar animal inédita no setor.

Pesagens que antes exigiam horas de trabalho, currais e contenções agora podem ser feitas em minutos e sem tocar no animal.

Tecnologia e funcionamento: o peso em tempo real, direto do pasto

O sistema utiliza câmeras 3D inteligentes para capturar vídeos do rebanho em movimento.
Essas imagens são processadas por algoritmos que medem volume corporal, dimensões anatômicas e proporções físicas, cruzando-as com uma base de mais de 1,5 milhão de imagens associadas a pesos reais.

Com isso, o software calcula peso individual, ganho médio diário (GMD) e até faz contagem automática de cabeças, tudo sem a necessidade de contenção física.

Em cerca de cinco minutos, é possível filmar até 100 animais e gerar relatórios completos de desempenho.

Essa abordagem digital substitui a pesagem tradicional, que pode levar até 12 horas para 300 bovinos, exigindo equipes inteiras e elevando o risco de acidentes.

Agora, dois operadores conseguem realizar o mesmo trabalho em apenas 15 minutos, com segurança e precisão de até 96% em relação à balança física.

Eficiência e bem-estar: produtividade com menos estresse

A pesagem convencional exige que os animais passem por corredores estreitos, currais e balanças — um processo estressante e, muitas vezes, traumático.

O estresse, por sua vez, reduz o ganho de peso, aumenta a agressividade e impacta negativamente a reprodução.

Com a pesagem automatizada, o animal permanece tranquilo em seu ambiente natural, sem contato humano direto.

Além de aumentar o bem-estar, isso traz ganhos zootécnicos mensuráveis, como melhor conversão alimentar e estabilidade no ganho médio diário.

Para o produtor, o benefício é duplo: redução de custos operacionais e melhoria dos indicadores produtivos, sem abrir mão do controle e da precisão.

Sustentabilidade e rastreabilidade: pilares da pecuária moderna

A adoção de tecnologias como a câmera com inteligência artificial também contribui para tornar o sistema pecuário mais sustentável e rastreável.

Como os animais não precisam ser transportados até balanças fixas, há redução no consumo de combustível e nas emissões de carbono associadas ao manejo.

Além disso, os relatórios digitais gerados pela Olho do Dono oferecem dados auditáveis e históricos de cada indivíduo, permitindo que o produtor atenda certificações de origem e bem-estar animal.

Segundo a Embrapa, a rastreabilidade e o uso de dados inteligentes são essenciais para que o Brasil mantenha competitividade nos mercados internacionais — cada vez mais exigentes em sustentabilidade.

Comparativo entre métodos de pesagem

  • Método Tradicional 
- Tempo médio para 300 animais: 6-12 horas;
- Equipe: 4-6 pessoas;
- Precisão: 100%
- Estresse animal: Alto

  • Câmera com IA
- Tempo médio para 300 animais: 15 minutos;
- Equipe: 2 pessoas;
- Precisão: 96-97%
- Estresse animal: Mínimo

A diferença é clara: menos tempo, menos risco e mais eficiência.

Enquanto a pesagem manual depende de força humana e infraestrutura pesada, a solução digital é leve, escalável e portátil, podendo ser usada em fazendas de todos os portes.

Desafios e o papel da IA na pecuária do futuro

Apesar dos avanços, ainda existem desafios para a adoção em larga escala.

A falta de conectividade rural, o custo inicial do equipamento e a necessidade de capacitação técnica ainda limitam a expansão em algumas regiões.

Por outro lado, o cenário é otimista: com a chegada do 5G no campo e a popularização de dispositivos inteligentes, espera-se que a maioria das fazendas de médio e grande porte adote sistemas de pesagem automática até 2026.

Mais do que pesar o gado, a IA está se tornando o centro de um ecossistema digital, integrando sensores, drones, plataformas de nutrição e softwares de gestão.

Essa convergência tecnológica é o que os especialistas chamam de pecuária 4.0 — uma produção baseada em dados, sustentável e rastreável, capaz de alinhar eficiência econômica e responsabilidade ambiental.

O que hoje é inovação, em poucos anos será padrão de mercado.

Perguntas Frequentes (FAQs)

1. Como funciona a câmera com inteligência artificial que pesa o gado no pasto?
 Ela utiliza imagens 3D e algoritmos que analisam o formato corporal para estimar o peso de cada animal com alta precisão.

2. É necessário tocar ou conter o animal para pesar?
 Não. A tecnologia é completamente não invasiva e opera de forma autônoma.

3. Qual é a margem de erro da pesagem digital?
 Entre 3% e 4%, dependendo da iluminação, distância da câmera e movimentação dos animais.

4. A tecnologia é cara?
 O investimento inicial é variável, mas o retorno é rápido, pois há grande economia de tempo e mão de obra.

5. Funciona em qualquer ambiente?
 Sim, desde que haja visibilidade adequada e conectividade mínima para upload dos dados.

6. O sistema substitui totalmente a balança?
 Na maioria das fazendas, sim. No entanto, a balança ainda pode ser usada para auditorias pontuais.

Um novo paradigma para a pecuária

A câmera com inteligência artificial que pesa o gado no pasto não é apenas uma ferramenta tecnológica — é um marco na gestão pecuária.

Ela combina automação, precisão e sustentabilidade, entregando ao produtor dados estratégicos em tempo real.
Mais do que reduzir custos, essa inovação representa a transição definitiva para uma pecuária baseada em informação, bem-estar e responsabilidade ambiental.

No campo, o futuro já começou — e ele é inteligente, acessível e digital.

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Contexto e principais diretrizes do projeto Mecanismo de financiamento e papel do FGO Benefícios para agricultores familiares e cooperativas Integração com programas agroflorestais e sustentabilidade Desafios, trâmite legislativo e perspectivas futuras Perguntas Frequentes (FAQs) A inovação tecnológica O Crédito Solar no Campo é um marco para o fortalecimento da agricultura familiar no Brasil. Recentemente, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que destina R$ 400 milhões do Fundo Garantidor de Operações (FGO) para apoiar a instalação de usinas solares cooperativas em áreas rurais. A proposta, de autoria do deputado Pedro Uczai (PT-SC) e relatada por Nilto Tatto (PT-SP) , tem como objetivo democratizar o acesso à energia renovável, reduzir custos de produção e aumentar a autonomia dos agricultores. Se aprovado pelo Senado e sancionado pela Presidência, o programa pode transformar a matriz energética rural, colocando o agricultor familiar no centro da transição energética sustentável . Mecanismo de financiamento e papel do FGO O funcionamento do projeto é simples, mas altamente estratégico: Os R$ 400 milhões funcionarão como garantia para empréstimos destinados à construção de usinas solares cooperativas. Os recursos terão validade de 18 meses após a sanção da lei. O acesso ao crédito será feito por meio do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). A energia gerada deve ser usada exclusivamente para as atividades agropecuárias dos cooperados. As condições de prazos, juros e regras específicas serão definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Esse mecanismo é importante porque diminui o risco para os bancos, tornando o crédito mais acessível e atrativo para agricultores e cooperativas. Benefícios para agricultores familiares e cooperativas O Crédito Solar no Campo vai muito além da simples geração de energia: Redução dos custos de produção: com energia própria, o agricultor gasta menos em eletricidade. Formação de cooperativas de energia: produtores poderão se unir e compartilhar usinas, ampliando a força coletiva. Diversificação da renda: a economia gerada com energia pode ser reinvestida na produção agrícola. Democratização da energia renovável: torna o acesso ao solar mais justo e acessível. Fortalecimento da sustentabilidade econômica: ao descentralizar a produção energética, agricultores ganham mais resiliência contra oscilações do mercado. O deputado Tatto destacou que essa medida é parte de uma estratégia de transição energética justa e inclusiva , com impactos diretos na autonomia regional e comunitária. Integração com programas agroflorestais e sustentabilidade O projeto não se limita à energia solar: ele se conecta com programas de preservação ambiental e agricultura sustentável, como: Prosaf (Programa de Sistemas Agroflorestais de Base Agroecológica): Restauração de áreas degradadas. Conservação da biodiversidade. Apoio a comunidades tradicionais e familiares. Programa Nacional de Florestas Produtivas: Recuperação produtiva de áreas degradadas. Oferta de crédito, assistência técnica e viveiros comunitários. Acesso a pagamentos por serviços ambientais. Essas iniciativas fortalecem o elo entre produção agrícola, sustentabilidade e inovação energética, colocando o Brasil como referência em bioeconomia e transição verde. Desafios, trâmite legislativo e perspectivas futuras Apesar do potencial, o projeto ainda precisa: Ser aprovado no Senado Federal . Receber sanção presidencial. Passar pela regulamentação do CMN e dos bancos parceiros. Durante a votação, houve críticas sobre possíveis excessos na política pública ou riscos de desvio de foco. No entanto, defensores reforçam que essa medida é estratégica para modernizar o campo e reduzir a desigualdade energética. Se aprovado, o Crédito Solar no Campo pode se tornar um ponto de virada para cooperativas rurais, permitindo que elas liderem a geração distribuída de energia no Brasil. Perguntas Frequentes (FAQs) 1. O que é o Crédito Solar no Campo? É um projeto que destina R$ 400 milhões do FGO para financiar usinas solares cooperativas no meio rural. 2. Quem pode acessar o financiamento? Agricultores familiares e cooperativas rurais que utilizem energia para atividades agropecuárias. 3. Como funcionará o financiamento? O Pronaf será o principal canal de acesso ao crédito, com garantias do FGO. 4. Qual o prazo para utilização dos recursos? 18 meses após a sanção da lei. 5. Quais são os benefícios diretos para os agricultores? Redução de custos, maior autonomia, energia limpa e fortalecimento da produção cooperativa. 6. O projeto já está em vigor? Ainda não. Ele aguarda análise do Senado e sanção presidencial. A inovação tecnológica O Crédito Solar no Campo representa uma das iniciativas mais inovadoras e sustentáveis para a agricultura familiar no Brasil. Ele une energia renovável , práticas agroecológicas e fortalecimento cooperativo , ao mesmo tempo em que abre portas para desenvolvimento regional e autonomia produtiva. Com a aprovação no Senado, essa medida poderá transformar o campo brasileiro em um laboratório vivo da transição energética , colocando o agricultor familiar no centro da sustentabilidade e inovação. Para acompanhar a tramitação oficial do projeto, visite o Portal da Câmara dos Deputados. -- Fonte: https://www.comprerural.com/aprovado-projeto-que-destina-r-400-milhoes-para-agricultor-investir-em-energia-solar/