Chuvas de novembro recuperam pastagens e animam pecuaristas com a força da La Niña

November 7, 2025

Fenômeno climático promove chuvas acima da média em novembro, aliviando estresse hídrico e impulsionando pecuária e agricultura no Centro-Oeste e Sudeste.


1. Chuvas devolvem vigor ao campo

A chegada de novembro marca um novo cenário para o Brasil Central. Após meses de estiagem, o avanço da La Niña tem promovido chuvas frequentes e volumosas, principalmente nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, recuperando o solo e estimulando o crescimento de pastagens e lavouras.

De acordo com o meteorologista Artur Müller, o aumento da umidade tem sido expressivo. “Os solos, que estavam tensionados e ressecados, estão se reidratando rapidamente, o que favorece o plantio e o estabelecimento das pastagens”, explica.

Essa mudança representa um alívio para pecuaristas e agricultores, que vinham enfrentando atrasos no plantio e escassez de forragem.

2. La Niña muda o padrão climático

O fenômeno La Niña ocorre quando há resfriamento das águas do Oceano Pacífico Equatorial, o que altera os ventos e desloca a umidade para o interior do Brasil. Seus efeitos típicos incluem chuvas mais regulares no Centro-Oeste e Sudeste e temperaturas mais amenas, em contraste com o El Niño, que costuma provocar secas.

Modelos meteorológicos indicam que a La Niña permanecerá ativa até o outono de 2026, garantindo um período prolongado de umidade favorável à agropecuária.

Segundo dados do Canal Rural, algumas áreas do Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais podem acumular até 100 mm de chuva em dez dias ao longo de novembro.

3. Pastagens se recuperam e reforçam a pecuária

As chuvas acima da média já provocam uma resposta rápida da vegetação. As pastagens, antes castigadas pela seca, voltam a apresentar crescimento vigoroso, o que reduz custos com suplementação e melhora o desempenho do rebanho.

Com forragem abundante e nutritiva, o gado ganha peso mais rápido, e a produção de leite tende a crescer, refletindo diretamente na rentabilidade das propriedades.

Esse período também é estratégico para recuperar áreas degradadas. Com o solo úmido, os produtores podem investir em correção de acidez, adubação e replantio de forrageiras de alta produtividade, como Brachiaria e Panicum.

De acordo com o engenheiro agrônomo Rogério Bastos, a La Niña cria a “janela perfeita” para restaurar pastos improdutivos e implantar sistemas integrados de lavoura e pecuária, que aumentam a eficiência e preservam o solo.

4. Safra 2025/2026 acelera com boas condições

Na agricultura, a influência da La Niña é igualmente positiva. A umidade adequada favorece o ritmo do plantio da soja, que estava atrasado em outubro por falta de chuva. Com o retorno da regularidade climática, o solo ganha condição ideal para germinação e desenvolvimento das sementes.

O avanço da semeadura da soja e do milho de primeira safra reduz o risco de replantio e garante que o calendário agrícola siga dentro da janela ideal para o cultivo da safrinha de 2026.

As lavouras mostram uniformidade e vigor, e especialistas já projetam produtividades acima da média, caso o padrão de chuvas se mantenha até janeiro.

5. Atenção aos temporais e excesso de chuva

Embora o cenário seja amplamente favorável, a La Niña também traz riscos. O fenômeno tende a reforçar a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), que concentra grandes volumes de chuva sobre o Sudeste e o Centro-Oeste, podendo gerar temporais intensos, vendavais e granizo.

Esses eventos podem afetar estradas rurais, reservatórios e maquinário. Por isso, os meteorologistas recomendam monitoramento constante das previsões e manutenção preventiva de estruturas.

“É preciso aproveitar a bonança com prudência. O excesso de chuva também pode causar erosão e alagamentos”, alerta Müller.

6. Tecnologia e manejo sustentável ganham força

O novo cenário reforça a importância de um manejo técnico e sustentável. Práticas como plantio direto, rotação de culturas e integração lavoura-pecuária (ILP) ajudam a conservar o solo e a reter umidade, garantindo produtividade mesmo diante de variações climáticas.

Além disso, o uso de tecnologia digital no campo — sensores de umidade, estações meteorológicas automáticas e aplicativos de monitoramento — permite decisões mais precisas e redução de custos.

Segundo a Embrapa, propriedades que utilizam ILP podem aumentar em até 30% a produtividade e reduzir a emissão de carbono, alinhando lucratividade e sustentabilidade.

7. Reflexos econômicos e perspectivas para 2025

Com o retorno das chuvas, o campo volta a respirar. A expectativa é de redução nos custos de suplementação animal, melhoria na oferta de grãos e estabilidade nos preços de alimentos.

Na pecuária, o aumento da disponibilidade de pasto pode gerar queda pontual no preço da arroba, mas a tendência é de recuperação gradual à medida que a demanda internacional se mantém firme.

Na agricultura, o avanço do plantio e o aumento da produtividade devem impulsionar o PIB agropecuário do Brasil Central, com projeções de crescimento entre 3% e 5% em 2025, segundo o Instituto de Estudos do Agronegócio.

“A regularização das chuvas devolveu confiança ao produtor. A safra começou com o pé direito e tende a consolidar um ciclo de recuperação”, afirma Bastos.
8. Equilíbrio entre abundância e cautela

A La Niña trouxe de volta a esperança e o verde aos campos do Brasil Central. A combinação de chuvas regulares, solos úmidos e clima estável está impulsionando a recuperação das pastagens e o avanço da safra 2025/2026, marcando uma nova fase de prosperidade no agronegócio.

Ainda assim, o fenômeno exige atenção técnica e planejamento. Aproveitar as chuvas para investir em infraestrutura, manejo sustentável e tecnologia é o caminho para transformar esse momento favorável em resultados duradouros.
Se o padrão climático se mantiver, 2025 poderá ser lembrado como o ano em que a La Niña devolveu ao campo brasileiro a produtividade, a resiliência e a bonança no pasto.

Perguntas Frequentes (FAQ)
1. O que está causando as chuvas mais fortes neste mês?
O fenômeno La Niña, que resfria as águas do Pacífico, está favorecendo o aumento das chuvas no Centro-Oeste e Sudeste do Brasil.

2. Essas chuvas são boas para o campo?
Sim. Elas ajudam a recuperar pastagens, melhorar a umidade do solo e favorecer o plantio da safra 2025/2026.

3. Quais regiões estão recebendo mais chuva?
Os maiores volumes estão sendo registrados em Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e partes de São Paulo e Bahia.

4. Como as pastagens estão reagindo?
O capim voltou a crescer com força, melhorando a disponibilidade de forragem e reduzindo custos com suplementação.

5. E os riscos do excesso de chuva?
Há chance de temporais, ventos fortes e granizo, especialmente onde atua a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS).

6. O que o produtor deve fazer agora?
Aproveitar a umidade para corrigir e recuperar pastos degradados, cuidar do escoamento de água e manter atenção às previsões climáticas.

7. A safra 2025/2026 será favorecida?
Sim. Com o solo úmido e temperaturas mais amenas, o plantio avança com segurança, aumentando as chances de boa produtividade.

8. Até quando a La Niña deve durar?
Os meteorologistas indicam que o fenômeno deve seguir ativo até o outono de 2026, mantendo boas condições para o agro.


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