Ensilagem de milho: como a matéria seca impacta a qualidade do alimento leiteiro

September 23, 2025

Descubra o teor ideal de matéria seca, os riscos de valores elevados e os cuidados necessários para garantir uma silagem nutritiva, bem fermentada e sem prejuízos na produção de leite.

O que é matéria seca e por que ela importa na silagem

A matéria seca (MS) é a fração sólida do milho, composta por nutrientes como amido, fibras e proteínas, que realmente nutrem o gado. A água, embora necessária para o processo de fermentação, não agrega valor nutricional direto.
Quando o milho é ensilado com umidade excessiva (MS abaixo do ideal), aumentam os riscos de:
  • Fermentação indesejada.
  • Proliferação de bactérias nocivas.
  • Perdas de energia e nutrientes.
  • Redução da qualidade alimentar.

Já se o material estiver muito seco, a compactação fica prejudicada, restando oxigênio no silo. Esse ar favorece o crescimento de fungos e leveduras, reduzindo a qualidade e a durabilidade da silagem.

O equilíbrio ideal para a silagem de milho leiteiro é manter a matéria seca entre 30% e 35%. Esse intervalo garante:
  • Boa fermentação anaeróbica.
  • Preservação de açúcares.
  • Menor deterioração
  • Maior valor nutritivo para produção de leite.

Riscos quando a matéria seca é muito alta (ex.: 50–52%)

Quando o milho é colhido e armazenado com teor de MS acima de 50%, surgem desafios sérios:
  • Fermentação prejudicada: a baixa umidade dificulta o trabalho das bactérias benéficas.
  • Compactação insuficiente: espaços com oxigênio favorecem fungos e leveduras.
  • Perdas nutricionais: nutrientes se degradam com o avanço da deterioração.
  • Redução no consumo: animais podem rejeitar a silagem.
  • Risco sanitário: presença de micotoxinas e patógenos pode comprometer a saúde do rebanho.

Esses fatores se refletem em queda na produção de leite e maior risco de prejuízos financeiros ao produtor.

Medidas de manejo quando se trabalha com MS elevada

Mesmo com teor de matéria seca alto, é possível adotar práticas para reduzir perdas:

1. Compactação intensiva
  • Distribuir o material em camadas finas no silo.
  • Passar o trator repetidas vezes para expulsar o ar.
2. Adição de água
  • Umedecer o material sem receio, favorecendo a compactação.
3. Uso de inoculantes específicos
  • Aplicar microrganismos como Lactobacillus buchneri e Lactobacillus hilgardii.
  • Eles aumentam a estabilidade aeróbica após a abertura do silo, dificultando o desenvolvimento de fungos.

Essas práticas ajudam a preservar o valor nutricional e reduzem perdas mesmo em situações adversas.

Como monitorar e decidir o ponto de colheita ideal

Definir o momento certo de colheita é estratégico. Algumas medidas importantes incluem:
  • Monitoramento do teor de MS
    • Enviar amostras a laboratórios.
    • Usar sensores de campo ou métodos rápidos de medição.
  • Acompanhamento climático
    • Evitar atrasos em períodos de estiagem (MS sobe rápido).
    • Ajustar datas em função de chuvas prolongadas.
  • Maturação do milho
    • Ideal quando o grão está no estágio leitoso a farináceo.
    • Colher muito tarde eleva a MS, comprometendo a silagem.
Tomar decisões baseadas em dados objetivos evita prejuízos e garante melhor aproveitamento do milho ensilado.

Benefícios de uma silagem bem feita para produção de leite e rentabilidade

Quando o milho é ensilado no ponto certo de matéria seca, os benefícios são claros:
  • Mais energia disponível para o rebanho.
  • Maior estabilidade e durabilidade do alimento.
  • Menor desperdício e rejeição.
  • Melhor saúde ruminal, reduzindo riscos de acidose e intoxicações.
  • Produção de leite mais estável e eficiente.

Além da melhora no desempenho animal, há impactos diretos na rentabilidade do produtor:
Redução do custo por tonelada de alimento aproveitado.

  • Menos perdas no silo.
  • Menor incidência de problemas sanitários ligados a micotoxinas.
  • Maior retorno financeiro no médio e longo prazo.

👉 Em outras palavras: controlar a matéria seca não é um custo, é investimento em lucro.

Perguntas Frequentes (FAQ)

1. Qual o teor ideal de matéria seca para ensilagem de milho?
 O ideal está entre 30% e 35%, garantindo boa fermentação e valor nutritivo.

2. O que acontece se a silagem estiver muito úmida?
 Há maior risco de fermentação ruim, perdas nutricionais e presença de bactérias indesejadas.

3. Posso ensilar milho com mais de 50% de MS?
 Sim, mas exige cuidados como compactação em camadas finas, adição de água e uso de inoculantes.

4. Como medir a matéria seca do milho?
 Pode-se usar análises laboratoriais, sensores de campo ou métodos rápidos de secagem.

5. Qual o melhor estágio do milho para colheita?
 Entre o ponto leitoso e farináceo do grão, quando a planta atinge o equilíbrio ideal de MS.

6. Por que usar inoculantes na silagem?
 Eles melhoram a fermentação e aumentam a estabilidade aeróbica, reduzindo perdas após a abertura do silo.

O futuro da silagem de milho no leite

Manter o controle da matéria seca é hoje uma das formas mais seguras de garantir uma silagem nutritiva e produtiva. Nos próximos anos, o uso de ferramentas simples de medição e inoculantes mais eficientes deve facilitar ainda mais esse manejo.
Para o produtor, isso significa menos perdas, mais leite no tanque e maior rentabilidade. Cuidar da silagem não é só evitar prejuízos: é preparar o rebanho e o negócio para resultados consistentes e sustentáveis.

Fonte de referência: Canal Rural
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Contexto e principais diretrizes do projeto Mecanismo de financiamento e papel do FGO Benefícios para agricultores familiares e cooperativas Integração com programas agroflorestais e sustentabilidade Desafios, trâmite legislativo e perspectivas futuras Perguntas Frequentes (FAQs) A inovação tecnológica O Crédito Solar no Campo é um marco para o fortalecimento da agricultura familiar no Brasil. Recentemente, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que destina R$ 400 milhões do Fundo Garantidor de Operações (FGO) para apoiar a instalação de usinas solares cooperativas em áreas rurais. A proposta, de autoria do deputado Pedro Uczai (PT-SC) e relatada por Nilto Tatto (PT-SP) , tem como objetivo democratizar o acesso à energia renovável, reduzir custos de produção e aumentar a autonomia dos agricultores. Se aprovado pelo Senado e sancionado pela Presidência, o programa pode transformar a matriz energética rural, colocando o agricultor familiar no centro da transição energética sustentável . Mecanismo de financiamento e papel do FGO O funcionamento do projeto é simples, mas altamente estratégico: Os R$ 400 milhões funcionarão como garantia para empréstimos destinados à construção de usinas solares cooperativas. Os recursos terão validade de 18 meses após a sanção da lei. O acesso ao crédito será feito por meio do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). A energia gerada deve ser usada exclusivamente para as atividades agropecuárias dos cooperados. As condições de prazos, juros e regras específicas serão definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Esse mecanismo é importante porque diminui o risco para os bancos, tornando o crédito mais acessível e atrativo para agricultores e cooperativas. Benefícios para agricultores familiares e cooperativas O Crédito Solar no Campo vai muito além da simples geração de energia: Redução dos custos de produção: com energia própria, o agricultor gasta menos em eletricidade. Formação de cooperativas de energia: produtores poderão se unir e compartilhar usinas, ampliando a força coletiva. Diversificação da renda: a economia gerada com energia pode ser reinvestida na produção agrícola. Democratização da energia renovável: torna o acesso ao solar mais justo e acessível. Fortalecimento da sustentabilidade econômica: ao descentralizar a produção energética, agricultores ganham mais resiliência contra oscilações do mercado. O deputado Tatto destacou que essa medida é parte de uma estratégia de transição energética justa e inclusiva , com impactos diretos na autonomia regional e comunitária. Integração com programas agroflorestais e sustentabilidade O projeto não se limita à energia solar: ele se conecta com programas de preservação ambiental e agricultura sustentável, como: Prosaf (Programa de Sistemas Agroflorestais de Base Agroecológica): Restauração de áreas degradadas. Conservação da biodiversidade. Apoio a comunidades tradicionais e familiares. Programa Nacional de Florestas Produtivas: Recuperação produtiva de áreas degradadas. Oferta de crédito, assistência técnica e viveiros comunitários. Acesso a pagamentos por serviços ambientais. Essas iniciativas fortalecem o elo entre produção agrícola, sustentabilidade e inovação energética, colocando o Brasil como referência em bioeconomia e transição verde. Desafios, trâmite legislativo e perspectivas futuras Apesar do potencial, o projeto ainda precisa: Ser aprovado no Senado Federal . Receber sanção presidencial. Passar pela regulamentação do CMN e dos bancos parceiros. Durante a votação, houve críticas sobre possíveis excessos na política pública ou riscos de desvio de foco. No entanto, defensores reforçam que essa medida é estratégica para modernizar o campo e reduzir a desigualdade energética. Se aprovado, o Crédito Solar no Campo pode se tornar um ponto de virada para cooperativas rurais, permitindo que elas liderem a geração distribuída de energia no Brasil. Perguntas Frequentes (FAQs) 1. O que é o Crédito Solar no Campo? É um projeto que destina R$ 400 milhões do FGO para financiar usinas solares cooperativas no meio rural. 2. Quem pode acessar o financiamento? Agricultores familiares e cooperativas rurais que utilizem energia para atividades agropecuárias. 3. Como funcionará o financiamento? O Pronaf será o principal canal de acesso ao crédito, com garantias do FGO. 4. Qual o prazo para utilização dos recursos? 18 meses após a sanção da lei. 5. Quais são os benefícios diretos para os agricultores? 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O transporte de animais vivos é um elo crucial da cadeia produtiva da pecuária brasileira. Recentemente, o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) anunciou novas regras para essa atividade, trazendo mudanças profundas tanto para pecuaristas quanto para transportadores. Essas alterações buscam elevar os padrões de bem-estar animal , aumentar a segurança logística e alinhar o Brasil às exigências internacionais. No entanto, como toda mudança regulatória, também traz custos adicionais e desafios operacionais que podem impactar a rentabilidade, especialmente para pequenos e médios produtores. Neste artigo, vamos explorar o que motivou essas mudanças, os impactos na prática, os custos envolvidos e as oportunidades que surgem para o setor da pecuária nacional. O que motivou as mudanças nas regras Alinhamento às boas práticas internacionais O Brasil é um dos maiores exportadores de carne bovina, suína e de frango do mundo. Para manter sua competitividade, precisa se adequar a padrões cada vez mais exigentes em sustentabilidade, rastreabilidade e bem-estar animal. Países da União Europeia e da Ásia já possuem regras rigorosas, e o alinhamento do Brasil é estratégico para manter o acesso a esses mercados. Relação entre transporte adequado e qualidade da carne Diversos estudos comprovam que o manejo inadequado durante o transporte causa estresse, perdas de peso, contusões e até mortalidade. Esses fatores afetam diretamente a qualidade final da carne e, consequentemente, a rentabilidade da cadeia. O governo decidiu, então, estabelecer regras mais claras sobre tempo máximo de viagem, veículos adaptados e documentação obrigatória. Impactos no bem-estar e na segurança animal Limites de tempo e paradas obrigatórias Uma das principais mudanças é a definição de tempo máximo de transporte . Agora, os caminhões precisam realizar paradas estratégicas para descanso, hidratação e alimentação dos animais. Redução de mortalidade e estresse animal Essas medidas ajudam a reduzir a mortalidade, o estresse e as contusões, além de preservar o desempenho zootécnico dos rebanhos. Competitividade internacional com foco em bem-estar No mercado global, o bem-estar animal é cada vez mais valorizado. Isso significa que o Brasil, ao implementar regras mais rigorosas, pode ganhar espaço em mercados premium , onde consumidores pagam mais por carne certificada e produzida de forma sustentável. Custos adicionais para os pecuaristas Adaptações obrigatórias nos veículos Os veículos precisarão de ventilação adequada, divisórias internas, pisos antiderrapantes e monitoramento. Essa adaptação representa um custo elevado, principalmente para pequenos transportadores. Treinamento e mão de obra especializada Motoristas e auxiliares deverão receber capacitação específica sobre manejo e bem-estar animal. Esse investimento em treinamento eleva os custos fixos, mas aumenta a segurança e eficiência . Peso financeiro para pequenos e médios produtores Grandes grupos pecuaristas têm maior facilidade de adaptação, mas os pequenos e médios produtores podem sentir forte impacto financeiro, com risco de repassar os custos ao preço final da carne. Adaptação da logística e da infraestrutura Frigoríficos e pontos de parada adaptados Frigoríficos e fazendas precisarão estar preparados com áreas de descanso e abastecimento . Isso pode estimular a criação de novos polos logísticos ao longo das principais rotas de transporte. Reorganização de rotas e parcerias logísticas Para reduzir custos, muitos produtores poderão firmar parcerias com transportadoras especializadas , revisar rotas e investir em planejamento logístico mais eficiente . Perspectivas e oportunidades para o setor Ganhos de imagem e acesso a novos mercados Apesar dos custos iniciais, a adaptação às novas normas pode reforçar a imagem do Brasil como exportador de carne sustentável . Isso abre portas em mercados exigentes e pode elevar a valorização da carne brasileira. Certificações, selos de qualidade e diferenciação Produtores que adotarem as normas mais rapidamente podem obter selos de bem-estar animal , certificações internacionais e contratos exclusivos com compradores premium. FAQ – Perguntas Frequentes 1. Quando as novas regras para transporte de animais entram em vigor? As normas já foram publicadas pelo MAPA e terão prazos escalonados para adaptação. 2. Quais os principais custos de adequação? Adaptação de veículos, treinamento de motoristas e ajustes na logística são os principais pontos de custo. 3. Essas regras valem para todos os tipos de animais? Sim, as normas abrangem bovinos, suínos, aves e outros animais de produção. 4. Como os frigoríficos devem se preparar? Com áreas de parada, estrutura de descanso e procedimentos alinhados às exigências de bem-estar animal. 5. O que muda para os exportadores de carne? 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