A importância do manejo racional e bem-estar na reposição de bovinos de corte

November 11, 2022

Demanda uma abordagem multidisciplinar, com integração de conceitos de diversas áreas do conhecimento – fisiologia, genética, etologia e ecologia – e exige uma definição, clara e inequívoca, do que seja bem-estar animal. Neste texto, foi adotada a definição de Broom (1986), que caracterizou o bem-estar como o estado de um dado organismo, durante suas tentativas de se ajustar ao ambiente. 


  1. Bem estar animal
  2. Manejo Racional



1. Bem estar animal:


O bem-estar é uma característica de um animal, não é algo que possa ser fornecido a ele; assim, a ação humana pode melhorar o bem-estar animal, mas não se pode considerar bem-estar o fato de se proporcionar ao animal um recurso ou uma ação. O bem-estar pode variar entre muito ruim e muito bom. Não se pode simplesmente pensar em preservar e garantir o bem-estar, mas sim em melhorá-lo ou assegurar que ele seja bom. Atualmente diversas pesquisas têm demonstrado  que o bem-estar animal pode ser medido cientificamente, independentemente de considerações morais; assim, a medida e a interpretação do bem-estar devem ser objetivas. 



Há vários recursos e estímulos necessários para que os bovinos se encontrem em condições de bem-estar, como: 

  • o espaço em si, que deve permitir aos animais manterem suas atividades em um contexto social equilibrado;
  • os abrigos, que devem protegê-los dos rigores do clima;
  • e os alimentos, incluindo as forragens, a água e os suplementos, dentre outros.


Existem particularidades que definem os graus de necessidades para cada um desses recursos, dependendo das características genéticas e ambientais, como, por exemplo, a necessidade de sombra, que vai depender da capacidade de adaptação do animal ao calor. 


Portanto, os maiores riscos para a diminuição do bem-estar dos bovinos decorrem da ausência ou da deficiência de um ou mais recursos necessários, resultando no aumento da competição entre os animais, com prejuízos óbvios para os submissos.


É responsabilidade de quem cuida dos animais o atendimento dessas necessidades, garantindo boas condições de vida, por meio de ações de manejo adequadas


Ainda hoje é comum encontrarmos bovinos que são manejados com gritos, pancadas, uso de ferrão ou de choque; além dessas, há práticas de manejo bastante aversivas, como a marcação e a castração. Ações aversivas e necessidades não atendidas geralmente conduzem a respostas negativas, com o aumento do nível de medo dos animais em relação aos humanos, dificultando o manejo e resultando em estresse agudo ou crônico. Esses fatores combinados podem resultar em queda na produtividade e na qualidade dos produtos. 


2. Manejo racional


O manejo racional é o uso dos conhecimentos sobre a fisiologia e o comportamento animal nas práticas realizadas com os bovinos.


Na adoção do manejo racional dos bovinos, é fundamental que as pessoas envolvidas disponham de três condições básicas:

1) assumam atitude humanitária, reconhecendo-os como seres sencientes – que são capazes de sentir – e respeitem essas características;

2) conheçam o comportamento dos animais, tendo isso em conta no desenvolvimento das técnicas de criação e de manejo; 

3) tenham responsabilidade na execução das ações de manejo, reconhecendo as situações que colocam o bem-estar dos animais em risco e buscando alternativas para evitá-las ou minimizá-las. 


É fundamental aplicar o manejo racional nas ações rotineiras com o gado, no transporte e no abate. Com isso, será possível reduzir prejuízos, como animais feridos, redução no ganho de peso, perda da qualidade da carcaça, acidentes, entre outros. 


A mesma estratégia tem sido adotada para o desenvolvimento e implementação de boas práticas de manejo, envolvendo outros processos que integram a rotina de trato dos bovinos nas fazendas e nos frigoríficos. Com isso, proporcionam aos bovinos e às pessoas que com eles trabalham melhores condições de vida, com reflexos positivos na lucratividade do negócio da carne. 



Tem alguma dúvida?


FALE COM NOSSOS CONSULTORES TÉCNICOS CLICANDO AQUI E SAIBA COMO LIDAR NESSA SITUAÇÃO.



--

Referências bibliográficas:


BROOM, D. M. Indicators of poor welfare. British Veterinary Journal, v. 142, p. 524-526, 1986.

CHIQUITELLI NETO, M.; PARANHOS DA COSTA, M. J. R.; PÁSCOA, A. G.; WOLF, V. Manejo racional na vacinação de bovinos Nelore: uma avaliação preliminar da eficiência e qualidade do trabalho. In: JOSAHKIAN, L. A. (Ed.). CONGRESSO BRASILEIRO DAS RAÇAS ZEBUÍNAS, 5, 2002. Anais... Uberaba: ABCZ, 2002. p. 361-362.

PARANHOS DA COSTA, M. J. R.; COSTA E SILVA, E. V.; CHIQUITELLI NETO, M.; ROSA, M. S. Contribuição dos estudos de comportamento de bovinos para implementação de programas de qualidade de carne. In: ENCONTRO ANUAL DE ETOLOGIA, 20., 2002, Natal. Palestras... Natal: Sociedade Brasileira de Etologia, 2002. p. 71-89. SINGER, P. Liberação animal. Porto: Via Optima, 2000. 290 p


12 de setembro de 2025
As exportações em alta sustentam os preços da arroba no Brasil, garantindo um alívio importante para o setor pecuário em 2025.
9 de setembro de 2025
Beef on Dairy é a nova tendência da pecuária leiteira brasileira. Descubra como o uso de sêmen de corte em vacas leiteiras aumenta a rentabilidade, melhora o manejo e promove sustentabilidade.
2 de setembro de 2025
O metano no campo é um desafio crítico para a pecuária brasileira. Descubra como o monitoramento preciso e as algas marinhas podem reduzir emissões e impulsionar a sustentabilidade.
29 de agosto de 2025
Contexto e principais diretrizes do projeto Mecanismo de financiamento e papel do FGO Benefícios para agricultores familiares e cooperativas Integração com programas agroflorestais e sustentabilidade Desafios, trâmite legislativo e perspectivas futuras Perguntas Frequentes (FAQs) A inovação tecnológica O Crédito Solar no Campo é um marco para o fortalecimento da agricultura familiar no Brasil. Recentemente, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que destina R$ 400 milhões do Fundo Garantidor de Operações (FGO) para apoiar a instalação de usinas solares cooperativas em áreas rurais. A proposta, de autoria do deputado Pedro Uczai (PT-SC) e relatada por Nilto Tatto (PT-SP) , tem como objetivo democratizar o acesso à energia renovável, reduzir custos de produção e aumentar a autonomia dos agricultores. Se aprovado pelo Senado e sancionado pela Presidência, o programa pode transformar a matriz energética rural, colocando o agricultor familiar no centro da transição energética sustentável . Mecanismo de financiamento e papel do FGO O funcionamento do projeto é simples, mas altamente estratégico: Os R$ 400 milhões funcionarão como garantia para empréstimos destinados à construção de usinas solares cooperativas. Os recursos terão validade de 18 meses após a sanção da lei. O acesso ao crédito será feito por meio do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). A energia gerada deve ser usada exclusivamente para as atividades agropecuárias dos cooperados. As condições de prazos, juros e regras específicas serão definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Esse mecanismo é importante porque diminui o risco para os bancos, tornando o crédito mais acessível e atrativo para agricultores e cooperativas. Benefícios para agricultores familiares e cooperativas O Crédito Solar no Campo vai muito além da simples geração de energia: Redução dos custos de produção: com energia própria, o agricultor gasta menos em eletricidade. Formação de cooperativas de energia: produtores poderão se unir e compartilhar usinas, ampliando a força coletiva. Diversificação da renda: a economia gerada com energia pode ser reinvestida na produção agrícola. Democratização da energia renovável: torna o acesso ao solar mais justo e acessível. Fortalecimento da sustentabilidade econômica: ao descentralizar a produção energética, agricultores ganham mais resiliência contra oscilações do mercado. O deputado Tatto destacou que essa medida é parte de uma estratégia de transição energética justa e inclusiva , com impactos diretos na autonomia regional e comunitária. Integração com programas agroflorestais e sustentabilidade O projeto não se limita à energia solar: ele se conecta com programas de preservação ambiental e agricultura sustentável, como: Prosaf (Programa de Sistemas Agroflorestais de Base Agroecológica): Restauração de áreas degradadas. Conservação da biodiversidade. Apoio a comunidades tradicionais e familiares. Programa Nacional de Florestas Produtivas: Recuperação produtiva de áreas degradadas. Oferta de crédito, assistência técnica e viveiros comunitários. Acesso a pagamentos por serviços ambientais. Essas iniciativas fortalecem o elo entre produção agrícola, sustentabilidade e inovação energética, colocando o Brasil como referência em bioeconomia e transição verde. Desafios, trâmite legislativo e perspectivas futuras Apesar do potencial, o projeto ainda precisa: Ser aprovado no Senado Federal . Receber sanção presidencial. Passar pela regulamentação do CMN e dos bancos parceiros. Durante a votação, houve críticas sobre possíveis excessos na política pública ou riscos de desvio de foco. No entanto, defensores reforçam que essa medida é estratégica para modernizar o campo e reduzir a desigualdade energética. Se aprovado, o Crédito Solar no Campo pode se tornar um ponto de virada para cooperativas rurais, permitindo que elas liderem a geração distribuída de energia no Brasil. Perguntas Frequentes (FAQs) 1. O que é o Crédito Solar no Campo? É um projeto que destina R$ 400 milhões do FGO para financiar usinas solares cooperativas no meio rural. 2. Quem pode acessar o financiamento? Agricultores familiares e cooperativas rurais que utilizem energia para atividades agropecuárias. 3. Como funcionará o financiamento? O Pronaf será o principal canal de acesso ao crédito, com garantias do FGO. 4. Qual o prazo para utilização dos recursos? 18 meses após a sanção da lei. 5. Quais são os benefícios diretos para os agricultores? Redução de custos, maior autonomia, energia limpa e fortalecimento da produção cooperativa. 6. O projeto já está em vigor? Ainda não. Ele aguarda análise do Senado e sanção presidencial. A inovação tecnológica O Crédito Solar no Campo representa uma das iniciativas mais inovadoras e sustentáveis para a agricultura familiar no Brasil. Ele une energia renovável , práticas agroecológicas e fortalecimento cooperativo , ao mesmo tempo em que abre portas para desenvolvimento regional e autonomia produtiva. Com a aprovação no Senado, essa medida poderá transformar o campo brasileiro em um laboratório vivo da transição energética , colocando o agricultor familiar no centro da sustentabilidade e inovação. Para acompanhar a tramitação oficial do projeto, visite o Portal da Câmara dos Deputados. -- Fonte: https://www.comprerural.com/aprovado-projeto-que-destina-r-400-milhoes-para-agricultor-investir-em-energia-solar/
27 de agosto de 2025
O transporte de animais vivos é um elo crucial da cadeia produtiva da pecuária brasileira. Recentemente, o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) anunciou novas regras para essa atividade, trazendo mudanças profundas tanto para pecuaristas quanto para transportadores. Essas alterações buscam elevar os padrões de bem-estar animal , aumentar a segurança logística e alinhar o Brasil às exigências internacionais. No entanto, como toda mudança regulatória, também traz custos adicionais e desafios operacionais que podem impactar a rentabilidade, especialmente para pequenos e médios produtores. Neste artigo, vamos explorar o que motivou essas mudanças, os impactos na prática, os custos envolvidos e as oportunidades que surgem para o setor da pecuária nacional. O que motivou as mudanças nas regras Alinhamento às boas práticas internacionais O Brasil é um dos maiores exportadores de carne bovina, suína e de frango do mundo. Para manter sua competitividade, precisa se adequar a padrões cada vez mais exigentes em sustentabilidade, rastreabilidade e bem-estar animal. Países da União Europeia e da Ásia já possuem regras rigorosas, e o alinhamento do Brasil é estratégico para manter o acesso a esses mercados. Relação entre transporte adequado e qualidade da carne Diversos estudos comprovam que o manejo inadequado durante o transporte causa estresse, perdas de peso, contusões e até mortalidade. Esses fatores afetam diretamente a qualidade final da carne e, consequentemente, a rentabilidade da cadeia. O governo decidiu, então, estabelecer regras mais claras sobre tempo máximo de viagem, veículos adaptados e documentação obrigatória. Impactos no bem-estar e na segurança animal Limites de tempo e paradas obrigatórias Uma das principais mudanças é a definição de tempo máximo de transporte . Agora, os caminhões precisam realizar paradas estratégicas para descanso, hidratação e alimentação dos animais. Redução de mortalidade e estresse animal Essas medidas ajudam a reduzir a mortalidade, o estresse e as contusões, além de preservar o desempenho zootécnico dos rebanhos. Competitividade internacional com foco em bem-estar No mercado global, o bem-estar animal é cada vez mais valorizado. Isso significa que o Brasil, ao implementar regras mais rigorosas, pode ganhar espaço em mercados premium , onde consumidores pagam mais por carne certificada e produzida de forma sustentável. Custos adicionais para os pecuaristas Adaptações obrigatórias nos veículos Os veículos precisarão de ventilação adequada, divisórias internas, pisos antiderrapantes e monitoramento. Essa adaptação representa um custo elevado, principalmente para pequenos transportadores. Treinamento e mão de obra especializada Motoristas e auxiliares deverão receber capacitação específica sobre manejo e bem-estar animal. Esse investimento em treinamento eleva os custos fixos, mas aumenta a segurança e eficiência . Peso financeiro para pequenos e médios produtores Grandes grupos pecuaristas têm maior facilidade de adaptação, mas os pequenos e médios produtores podem sentir forte impacto financeiro, com risco de repassar os custos ao preço final da carne. Adaptação da logística e da infraestrutura Frigoríficos e pontos de parada adaptados Frigoríficos e fazendas precisarão estar preparados com áreas de descanso e abastecimento . Isso pode estimular a criação de novos polos logísticos ao longo das principais rotas de transporte. Reorganização de rotas e parcerias logísticas Para reduzir custos, muitos produtores poderão firmar parcerias com transportadoras especializadas , revisar rotas e investir em planejamento logístico mais eficiente . Perspectivas e oportunidades para o setor Ganhos de imagem e acesso a novos mercados Apesar dos custos iniciais, a adaptação às novas normas pode reforçar a imagem do Brasil como exportador de carne sustentável . Isso abre portas em mercados exigentes e pode elevar a valorização da carne brasileira. Certificações, selos de qualidade e diferenciação Produtores que adotarem as normas mais rapidamente podem obter selos de bem-estar animal , certificações internacionais e contratos exclusivos com compradores premium. FAQ – Perguntas Frequentes 1. Quando as novas regras para transporte de animais entram em vigor? As normas já foram publicadas pelo MAPA e terão prazos escalonados para adaptação. 2. Quais os principais custos de adequação? Adaptação de veículos, treinamento de motoristas e ajustes na logística são os principais pontos de custo. 3. Essas regras valem para todos os tipos de animais? Sim, as normas abrangem bovinos, suínos, aves e outros animais de produção. 4. Como os frigoríficos devem se preparar? Com áreas de parada, estrutura de descanso e procedimentos alinhados às exigências de bem-estar animal. 5. O que muda para os exportadores de carne? Eles ganham mais competitividade em mercados exigentes, especialmente Europa e Ásia. 6. Pequenos produtores terão apoio financeiro? Ainda não há definição oficial, mas sindicatos e associações já discutem propostas de incentivos. O futuro da pecuária frente às novas regras As novas regras para transporte de animais representam um marco para a pecuária brasileira. Embora tragam custos e desafios imediatos , elas também abrem portas para mercados mais exigentes, agregam valor à carne brasileira e promovem um futuro mais sustentável. Produtores que se anteciparem às mudanças terão vantagem competitiva e poderão se destacar com certificações e parcerias comerciais estratégicas. Para mais informações oficiais, acesse o site do MAPA – Ministério da Agricultura e Pecuária -- Fonte: https://www.comprerural.com/novas-regras-para-o-transporte-de-animais-deve-custar-mais-aos-pecuaristas-veja-o-que-mudou/
22 de agosto de 2025
A nova tarifa dos EUA pressiona a competitividade do Brasil e pode alterar preços e destinos da carne bovina no mercado global.
20 de agosto de 2025
Em tempos de variações climáticas crescentes, estratégias bem articuladas garantem produtividade, bem-estar e rentabilidade na pecuária leiteira.
13 de maio de 2025
Entenda como a escolha do suplemento mineral impacta diretamente no desempenho zootécnico e na saúde do rebanho
13 de maio de 2025
Para garantir saúde, desempenho e longevidade aos cavalos, é essencial compreender o papel dos aminoácidos e o impacto do bom balanceamento nutricional.
12 de maio de 2025
Alta demanda, crise no rebanho americano e competitividade brasileira impulsionam novo ciclo de exportações