Falhas de plantabilidade geram prejuízo de R$ 70 mil a cada 100 hectares

Eduardo Gainete • June 17, 2022

Até 4 sacas de soja por hectare são perdidas com uma planta a menos por metro quadrado


A combinação entre qualidade de sementes e plantabilidade é a base da produtividade da lavoura. Esta foi a constatação dos palestrantes de um dos painéis do IX Congresso Brasileiro de Soja e Mercosoja 2022, realizado em Foz do Iguaçu (PR) de 16 a 19 de maio de 2022.


Em uma das apresentações, o pesquisador da Embrapa Soja, José de Barros França Neto, falou sobre a importância da utilização de sementes de alta qualidade. Ele mostrou resultados de pesquisa que indicam aumento de produtividade de 10% em plantios com sementes de alto vigor.


França Neto apresentou dados da Associação Brasileira de Semente de Soja (Abrass) e da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem) que indicam que 65% das sementes de soja utilizadas no Brasil são oficiais e certificadas e 35% são sementes salvas, produzidas pelo próprio sojicultor, ou são ilegais. Ele também mostrou resultados da avaliação feita em 2.532 amostras de sementes coletadas em diferentes regiões produtoras ao longo de quatro safras. Destas, 45% apresentaram nível de vigor alto ou muito alto, enquanto 55% foram classificadas com nível de vigor médio ou baixo.


“Temos um vasto campo para melhorar nossas sementes. É possível ter ganhos de 10% a 15% na produtividade. De graça, o Brasil pode aumentar sua produção em 7 milhões de toneladas. Isso com sustentabilidade, pois não vamos fazer nada de mais”, disse o pesquisador.


Ajustes na plantabilidade


Assim como a qualidade de semente é um ponto importante, garantindo a melhor germinação e emergência, com menos tempo e com estande adequado de plantas, a plantabilidade também é um fator decisivo. “A prioridade da lavoura é a semente. O máximo potencial produtivo está quando ela está armazenada. Dali para a frente, cada manejo, cada operação reduz esse potencial. O trabalho do produtor é gerenciar para reduzir as perdas”, disse o consultor e um dos painelistas, Marcos Leal.


Um exemplo numérico da importância dos cuidados com a plantabilidade foi mostrado por França Neto. O pesquisador calculou as perdas geradas por uma planta de soja a menos por metro quadrado. De acordo com ele, cada falha por metro quadrado causa perda de 180 a 240kg de soja por hectare (de três a quatro sacas). Considerando o preço da saca de soja em R$ 190, são R$ 70.300 que o produtor deixa de ganhar em 100 hectares ou R$ 703 mil a cada mil hectares.


Em seguida, o consultor Marcos Leal mostrou a importância da regulagem da semeadora em diferentes condições de palhada no solo, conforme a lavoura anterior. No caso da semeadura pós-algodão ou em sistemas de integração lavoura-pecuária, com palhada de braquiária, os cuidados devem ser ainda maiores para evitar sementes fora do sulco ou plântulas com crescimento retardado devido obstrução da palha.


Representante da John Deere, o painelista João Paulo de Freitas destacou quatro fatores que são os pilares agronômicos para o sucesso da semeadura: janela de semeadura, distribuição uniforme das sementes, emergência uniforme das plântulas e a população correta de plantas. Ele mostrou tecnologias existentes nos maquinários que auxiliam o produtor a ter maior eficiência em cada um desses pontos.


No caso do melhor aproveitamento da janela de semeadura, ele mostrou que os fatores que interferem na capacidade operacional são a largura do implemento, a velocidade e a eficiência operacional. “A eficiência operacional é onde se pode melhorar mais facilmente. Mas, para isso, o primeiro passo é medir e identificar onde ocorrem perdas de tempo e onde é possível ser mais eficiente”, afirmou Freitas.


Embora a tecnologia existente hoje auxilie o produtor, os painelistas destacaram que é preciso fazer o uso correto dos recursos disponíveis, ficar atento às regulagens e manutenções dos equipamentos. “O mais importante é construir uma equipe. Podemos comprar a máquina que quisermos e sementes de qualidade, mas precisamos de uma equipe capacitada para fazer a semeadura bem feita”, ressaltou o consultor Marcos Leal.

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FONTE:


Canal Rural

https://www.canalrural.com.br/projeto-soja-brasil/soja-falhas-plantabilidade-prejuizos-hectares-embrapa/

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Contexto e principais diretrizes do projeto Mecanismo de financiamento e papel do FGO Benefícios para agricultores familiares e cooperativas Integração com programas agroflorestais e sustentabilidade Desafios, trâmite legislativo e perspectivas futuras Perguntas Frequentes (FAQs) A inovação tecnológica O Crédito Solar no Campo é um marco para o fortalecimento da agricultura familiar no Brasil. Recentemente, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que destina R$ 400 milhões do Fundo Garantidor de Operações (FGO) para apoiar a instalação de usinas solares cooperativas em áreas rurais. A proposta, de autoria do deputado Pedro Uczai (PT-SC) e relatada por Nilto Tatto (PT-SP) , tem como objetivo democratizar o acesso à energia renovável, reduzir custos de produção e aumentar a autonomia dos agricultores. Se aprovado pelo Senado e sancionado pela Presidência, o programa pode transformar a matriz energética rural, colocando o agricultor familiar no centro da transição energética sustentável . Mecanismo de financiamento e papel do FGO O funcionamento do projeto é simples, mas altamente estratégico: Os R$ 400 milhões funcionarão como garantia para empréstimos destinados à construção de usinas solares cooperativas. Os recursos terão validade de 18 meses após a sanção da lei. O acesso ao crédito será feito por meio do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). A energia gerada deve ser usada exclusivamente para as atividades agropecuárias dos cooperados. As condições de prazos, juros e regras específicas serão definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Esse mecanismo é importante porque diminui o risco para os bancos, tornando o crédito mais acessível e atrativo para agricultores e cooperativas. Benefícios para agricultores familiares e cooperativas O Crédito Solar no Campo vai muito além da simples geração de energia: Redução dos custos de produção: com energia própria, o agricultor gasta menos em eletricidade. Formação de cooperativas de energia: produtores poderão se unir e compartilhar usinas, ampliando a força coletiva. Diversificação da renda: a economia gerada com energia pode ser reinvestida na produção agrícola. Democratização da energia renovável: torna o acesso ao solar mais justo e acessível. Fortalecimento da sustentabilidade econômica: ao descentralizar a produção energética, agricultores ganham mais resiliência contra oscilações do mercado. O deputado Tatto destacou que essa medida é parte de uma estratégia de transição energética justa e inclusiva , com impactos diretos na autonomia regional e comunitária. Integração com programas agroflorestais e sustentabilidade O projeto não se limita à energia solar: ele se conecta com programas de preservação ambiental e agricultura sustentável, como: Prosaf (Programa de Sistemas Agroflorestais de Base Agroecológica): Restauração de áreas degradadas. Conservação da biodiversidade. Apoio a comunidades tradicionais e familiares. Programa Nacional de Florestas Produtivas: Recuperação produtiva de áreas degradadas. Oferta de crédito, assistência técnica e viveiros comunitários. Acesso a pagamentos por serviços ambientais. Essas iniciativas fortalecem o elo entre produção agrícola, sustentabilidade e inovação energética, colocando o Brasil como referência em bioeconomia e transição verde. Desafios, trâmite legislativo e perspectivas futuras Apesar do potencial, o projeto ainda precisa: Ser aprovado no Senado Federal . Receber sanção presidencial. Passar pela regulamentação do CMN e dos bancos parceiros. Durante a votação, houve críticas sobre possíveis excessos na política pública ou riscos de desvio de foco. No entanto, defensores reforçam que essa medida é estratégica para modernizar o campo e reduzir a desigualdade energética. Se aprovado, o Crédito Solar no Campo pode se tornar um ponto de virada para cooperativas rurais, permitindo que elas liderem a geração distribuída de energia no Brasil. Perguntas Frequentes (FAQs) 1. O que é o Crédito Solar no Campo? É um projeto que destina R$ 400 milhões do FGO para financiar usinas solares cooperativas no meio rural. 2. Quem pode acessar o financiamento? Agricultores familiares e cooperativas rurais que utilizem energia para atividades agropecuárias. 3. Como funcionará o financiamento? O Pronaf será o principal canal de acesso ao crédito, com garantias do FGO. 4. Qual o prazo para utilização dos recursos? 18 meses após a sanção da lei. 5. Quais são os benefícios diretos para os agricultores? Redução de custos, maior autonomia, energia limpa e fortalecimento da produção cooperativa. 6. O projeto já está em vigor? Ainda não. Ele aguarda análise do Senado e sanção presidencial. A inovação tecnológica O Crédito Solar no Campo representa uma das iniciativas mais inovadoras e sustentáveis para a agricultura familiar no Brasil. Ele une energia renovável , práticas agroecológicas e fortalecimento cooperativo , ao mesmo tempo em que abre portas para desenvolvimento regional e autonomia produtiva. Com a aprovação no Senado, essa medida poderá transformar o campo brasileiro em um laboratório vivo da transição energética , colocando o agricultor familiar no centro da sustentabilidade e inovação. Para acompanhar a tramitação oficial do projeto, visite o Portal da Câmara dos Deputados. -- Fonte: https://www.comprerural.com/aprovado-projeto-que-destina-r-400-milhoes-para-agricultor-investir-em-energia-solar/
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Para manter sua competitividade, precisa se adequar a padrões cada vez mais exigentes em sustentabilidade, rastreabilidade e bem-estar animal. Países da União Europeia e da Ásia já possuem regras rigorosas, e o alinhamento do Brasil é estratégico para manter o acesso a esses mercados. Relação entre transporte adequado e qualidade da carne Diversos estudos comprovam que o manejo inadequado durante o transporte causa estresse, perdas de peso, contusões e até mortalidade. Esses fatores afetam diretamente a qualidade final da carne e, consequentemente, a rentabilidade da cadeia. O governo decidiu, então, estabelecer regras mais claras sobre tempo máximo de viagem, veículos adaptados e documentação obrigatória. Impactos no bem-estar e na segurança animal Limites de tempo e paradas obrigatórias Uma das principais mudanças é a definição de tempo máximo de transporte . Agora, os caminhões precisam realizar paradas estratégicas para descanso, hidratação e alimentação dos animais. Redução de mortalidade e estresse animal Essas medidas ajudam a reduzir a mortalidade, o estresse e as contusões, além de preservar o desempenho zootécnico dos rebanhos. Competitividade internacional com foco em bem-estar No mercado global, o bem-estar animal é cada vez mais valorizado. Isso significa que o Brasil, ao implementar regras mais rigorosas, pode ganhar espaço em mercados premium , onde consumidores pagam mais por carne certificada e produzida de forma sustentável. Custos adicionais para os pecuaristas Adaptações obrigatórias nos veículos Os veículos precisarão de ventilação adequada, divisórias internas, pisos antiderrapantes e monitoramento. Essa adaptação representa um custo elevado, principalmente para pequenos transportadores. Treinamento e mão de obra especializada Motoristas e auxiliares deverão receber capacitação específica sobre manejo e bem-estar animal. Esse investimento em treinamento eleva os custos fixos, mas aumenta a segurança e eficiência . Peso financeiro para pequenos e médios produtores Grandes grupos pecuaristas têm maior facilidade de adaptação, mas os pequenos e médios produtores podem sentir forte impacto financeiro, com risco de repassar os custos ao preço final da carne. Adaptação da logística e da infraestrutura Frigoríficos e pontos de parada adaptados Frigoríficos e fazendas precisarão estar preparados com áreas de descanso e abastecimento . Isso pode estimular a criação de novos polos logísticos ao longo das principais rotas de transporte. Reorganização de rotas e parcerias logísticas Para reduzir custos, muitos produtores poderão firmar parcerias com transportadoras especializadas , revisar rotas e investir em planejamento logístico mais eficiente . Perspectivas e oportunidades para o setor Ganhos de imagem e acesso a novos mercados Apesar dos custos iniciais, a adaptação às novas normas pode reforçar a imagem do Brasil como exportador de carne sustentável . Isso abre portas em mercados exigentes e pode elevar a valorização da carne brasileira. Certificações, selos de qualidade e diferenciação Produtores que adotarem as normas mais rapidamente podem obter selos de bem-estar animal , certificações internacionais e contratos exclusivos com compradores premium. FAQ – Perguntas Frequentes 1. Quando as novas regras para transporte de animais entram em vigor? As normas já foram publicadas pelo MAPA e terão prazos escalonados para adaptação. 2. Quais os principais custos de adequação? Adaptação de veículos, treinamento de motoristas e ajustes na logística são os principais pontos de custo. 3. Essas regras valem para todos os tipos de animais? Sim, as normas abrangem bovinos, suínos, aves e outros animais de produção. 4. Como os frigoríficos devem se preparar? Com áreas de parada, estrutura de descanso e procedimentos alinhados às exigências de bem-estar animal. 5. O que muda para os exportadores de carne? 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