Fechamento da Safra de Milho 2023/24 no Brasil: Desafios e Resultados

July 23, 2024

Produção totaliza 100,5 milhões de toneladas com aumento de área plantada, mas fica abaixo do ciclo anterior.



01. Aumento da Área Plantada e Produção Nacional

02. Desempenho Regional e Produtividade

03. Impacto Climático e Condições de Plantio

04. Consumo Doméstico e Perspectivas Futuras


01. Aumento da Área Plantada e Produção Nacional


O Rally da Safra 2024, realizado pela Agroconsult, concluiu a análise da segunda safra de milho no Brasil, revelando uma produção total de 100,5 milhões de toneladas. Este número superou as expectativas iniciais de 96,7 milhões de toneladas, mas ainda ficou 9,9% abaixo das 111,5 milhões de toneladas do ciclo 2022/23. A área total semeada alcançou 16,7 milhões de hectares, um aumento em relação à estimativa inicial de 16,3 milhões, porém menor do que os 17,5 milhões de hectares registrados na safra anterior.


Segundo André Debastiani, Analista de Mercado da Agroconsult, a safra foi caracterizada por incertezas climáticas, de área e de produção. Mesmo assim, as boas condições de semeadura e a janela de plantio favorável contribuíram para resultados melhores do que o esperado.

 

02. Desempenho Regional e Produtividade


O desempenho regional variou significativamente, com estados como Mato Grosso e Goiás se destacando positivamente. Mato Grosso registrou uma produtividade média de 118,2 sacas por hectare, uma ligeira redução de 1,6% em relação ao recorde de 120,1 sc/ha do ciclo anterior. Goiás, por outro lado, alcançou uma média recorde de 119,4 sc/ha, um aumento de 1,9% comparado às 117,2 sc/ha de 2023.


Em contraste, Mato Grosso do Sul teve uma produtividade média de 72,6 sc/ha, uma queda significativa de 25,5% em comparação às 97,5 sc/ha do ano anterior, refletindo a variabilidade climática entre as regiões norte e sul do estado. O Paraná também registrou uma diminuição de 6,7% na produtividade, com uma média de 91,4 sc/ha, influenciada por condições adversas no plantio.


No panorama nacional, a produtividade média do milho 2023/24 foi de 100,6 sacas por hectare, superior às 98,8 sc/ha esperadas em maio de 2024, mas 5,2% inferior às 106,1 sc/ha contabilizadas em 2022/23.

Média Produtiva por estado:


 GO: 119,4 sc/ha (+1,9%)

 MT: 118,2 sc/ha (-1,6%)

 PR: 91,4 sc/ha (-6,7%)

 MG: 90,6 sc/ha (-8%)

 TO: 90,0 sc/ha (+15%)

 MA: 87,0 sc/ha (-8,4%)

 MS: 72,6% sc/ha (-25,5)

 PI: 72,0 sc/ha (-12,3%)

 SP: 66,8 sc/ha (-24,9%)

 

03. Impacto Climático e Condições de Plantio


As condições climáticas desempenharam um papel crucial na safra de milho 2023/24. Abril trouxe boas chuvas para regiões como Mato Grosso, Goiás, Maranhão, Piauí e Tocantins, beneficiando o desenvolvimento das lavouras. No entanto, a falta de precipitação em estados como Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo e Minas Gerais impactou negativamente a produtividade.

O destaque positivo foi o calendário de plantio excepcional em estados como Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná, o melhor desde a safra 2018/19. Essa condição favoreceu o estabelecimento das lavouras e contribuiu para a boa performance inicial da safra.

 

04. Consumo Doméstico e Perspectivas Futuras


A produção total de milho no Brasil para a safra 2023/24 foi de 126,5 milhões de toneladas, incluindo a primeira safra de 26 milhões de toneladas e a segunda safra de 100,5 milhões de toneladas. Apesar da redução de 10,7% em relação à safra anterior, este foi o segundo maior volume da história do país.


A média produtiva nacional ficou em 100,6 sacas por hectare, uma diminuição de 5,2% em comparação às 106,1 sc/ha do ciclo 2022/23. Goiás e Tocantins foram destaques positivos, enquanto Mato Grosso do Sul e São Paulo enfrentaram reduções consideráveis na produtividade.


O escoamento da produção para consumo doméstico foi significativo, com 60,1 milhões de toneladas destinadas à produção de proteína animal (70%), 16,6 milhões de toneladas para a produção de etanol (19,5%) e 8,3 milhões de toneladas para outros consumos (9,7%).


Mesmo com o decréscimo na produção, essa foi a segunda safra mais produtiva da história do país, perdendo apenas para a safra passada, que colheu 141,8 milhões de toneladas.


Em suma, a safra de milho 2023/24 no Brasil foi marcada por desafios climáticos e variações regionais, mas também por avanços na área plantada e na eficiência produtiva em várias regiões. As perspectivas futuras dependem da continuidade das boas práticas agrícolas e da adaptação às condições climáticas, visando manter a competitividade e a sustentabilidade do setor.


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Fonte:

https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/milho/380064-rally-da-safra-finaliza-etapa-do-milho-aumentando-area-plantada-e-producao-nacional.html

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Contexto e principais diretrizes do projeto Mecanismo de financiamento e papel do FGO Benefícios para agricultores familiares e cooperativas Integração com programas agroflorestais e sustentabilidade Desafios, trâmite legislativo e perspectivas futuras Perguntas Frequentes (FAQs) A inovação tecnológica O Crédito Solar no Campo é um marco para o fortalecimento da agricultura familiar no Brasil. Recentemente, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que destina R$ 400 milhões do Fundo Garantidor de Operações (FGO) para apoiar a instalação de usinas solares cooperativas em áreas rurais. A proposta, de autoria do deputado Pedro Uczai (PT-SC) e relatada por Nilto Tatto (PT-SP) , tem como objetivo democratizar o acesso à energia renovável, reduzir custos de produção e aumentar a autonomia dos agricultores. Se aprovado pelo Senado e sancionado pela Presidência, o programa pode transformar a matriz energética rural, colocando o agricultor familiar no centro da transição energética sustentável . Mecanismo de financiamento e papel do FGO O funcionamento do projeto é simples, mas altamente estratégico: Os R$ 400 milhões funcionarão como garantia para empréstimos destinados à construção de usinas solares cooperativas. Os recursos terão validade de 18 meses após a sanção da lei. O acesso ao crédito será feito por meio do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). A energia gerada deve ser usada exclusivamente para as atividades agropecuárias dos cooperados. As condições de prazos, juros e regras específicas serão definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Esse mecanismo é importante porque diminui o risco para os bancos, tornando o crédito mais acessível e atrativo para agricultores e cooperativas. Benefícios para agricultores familiares e cooperativas O Crédito Solar no Campo vai muito além da simples geração de energia: Redução dos custos de produção: com energia própria, o agricultor gasta menos em eletricidade. Formação de cooperativas de energia: produtores poderão se unir e compartilhar usinas, ampliando a força coletiva. Diversificação da renda: a economia gerada com energia pode ser reinvestida na produção agrícola. Democratização da energia renovável: torna o acesso ao solar mais justo e acessível. Fortalecimento da sustentabilidade econômica: ao descentralizar a produção energética, agricultores ganham mais resiliência contra oscilações do mercado. O deputado Tatto destacou que essa medida é parte de uma estratégia de transição energética justa e inclusiva , com impactos diretos na autonomia regional e comunitária. Integração com programas agroflorestais e sustentabilidade O projeto não se limita à energia solar: ele se conecta com programas de preservação ambiental e agricultura sustentável, como: Prosaf (Programa de Sistemas Agroflorestais de Base Agroecológica): Restauração de áreas degradadas. Conservação da biodiversidade. Apoio a comunidades tradicionais e familiares. Programa Nacional de Florestas Produtivas: Recuperação produtiva de áreas degradadas. Oferta de crédito, assistência técnica e viveiros comunitários. Acesso a pagamentos por serviços ambientais. Essas iniciativas fortalecem o elo entre produção agrícola, sustentabilidade e inovação energética, colocando o Brasil como referência em bioeconomia e transição verde. Desafios, trâmite legislativo e perspectivas futuras Apesar do potencial, o projeto ainda precisa: Ser aprovado no Senado Federal . Receber sanção presidencial. Passar pela regulamentação do CMN e dos bancos parceiros. Durante a votação, houve críticas sobre possíveis excessos na política pública ou riscos de desvio de foco. No entanto, defensores reforçam que essa medida é estratégica para modernizar o campo e reduzir a desigualdade energética. Se aprovado, o Crédito Solar no Campo pode se tornar um ponto de virada para cooperativas rurais, permitindo que elas liderem a geração distribuída de energia no Brasil. Perguntas Frequentes (FAQs) 1. O que é o Crédito Solar no Campo? É um projeto que destina R$ 400 milhões do FGO para financiar usinas solares cooperativas no meio rural. 2. Quem pode acessar o financiamento? Agricultores familiares e cooperativas rurais que utilizem energia para atividades agropecuárias. 3. Como funcionará o financiamento? O Pronaf será o principal canal de acesso ao crédito, com garantias do FGO. 4. Qual o prazo para utilização dos recursos? 18 meses após a sanção da lei. 5. Quais são os benefícios diretos para os agricultores? Redução de custos, maior autonomia, energia limpa e fortalecimento da produção cooperativa. 6. O projeto já está em vigor? Ainda não. Ele aguarda análise do Senado e sanção presidencial. A inovação tecnológica O Crédito Solar no Campo representa uma das iniciativas mais inovadoras e sustentáveis para a agricultura familiar no Brasil. Ele une energia renovável , práticas agroecológicas e fortalecimento cooperativo , ao mesmo tempo em que abre portas para desenvolvimento regional e autonomia produtiva. Com a aprovação no Senado, essa medida poderá transformar o campo brasileiro em um laboratório vivo da transição energética , colocando o agricultor familiar no centro da sustentabilidade e inovação. Para acompanhar a tramitação oficial do projeto, visite o Portal da Câmara dos Deputados. -- Fonte: https://www.comprerural.com/aprovado-projeto-que-destina-r-400-milhoes-para-agricultor-investir-em-energia-solar/
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O transporte de animais vivos é um elo crucial da cadeia produtiva da pecuária brasileira. Recentemente, o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) anunciou novas regras para essa atividade, trazendo mudanças profundas tanto para pecuaristas quanto para transportadores. Essas alterações buscam elevar os padrões de bem-estar animal , aumentar a segurança logística e alinhar o Brasil às exigências internacionais. No entanto, como toda mudança regulatória, também traz custos adicionais e desafios operacionais que podem impactar a rentabilidade, especialmente para pequenos e médios produtores. Neste artigo, vamos explorar o que motivou essas mudanças, os impactos na prática, os custos envolvidos e as oportunidades que surgem para o setor da pecuária nacional. O que motivou as mudanças nas regras Alinhamento às boas práticas internacionais O Brasil é um dos maiores exportadores de carne bovina, suína e de frango do mundo. Para manter sua competitividade, precisa se adequar a padrões cada vez mais exigentes em sustentabilidade, rastreabilidade e bem-estar animal. Países da União Europeia e da Ásia já possuem regras rigorosas, e o alinhamento do Brasil é estratégico para manter o acesso a esses mercados. Relação entre transporte adequado e qualidade da carne Diversos estudos comprovam que o manejo inadequado durante o transporte causa estresse, perdas de peso, contusões e até mortalidade. Esses fatores afetam diretamente a qualidade final da carne e, consequentemente, a rentabilidade da cadeia. O governo decidiu, então, estabelecer regras mais claras sobre tempo máximo de viagem, veículos adaptados e documentação obrigatória. Impactos no bem-estar e na segurança animal Limites de tempo e paradas obrigatórias Uma das principais mudanças é a definição de tempo máximo de transporte . Agora, os caminhões precisam realizar paradas estratégicas para descanso, hidratação e alimentação dos animais. Redução de mortalidade e estresse animal Essas medidas ajudam a reduzir a mortalidade, o estresse e as contusões, além de preservar o desempenho zootécnico dos rebanhos. Competitividade internacional com foco em bem-estar No mercado global, o bem-estar animal é cada vez mais valorizado. Isso significa que o Brasil, ao implementar regras mais rigorosas, pode ganhar espaço em mercados premium , onde consumidores pagam mais por carne certificada e produzida de forma sustentável. Custos adicionais para os pecuaristas Adaptações obrigatórias nos veículos Os veículos precisarão de ventilação adequada, divisórias internas, pisos antiderrapantes e monitoramento. Essa adaptação representa um custo elevado, principalmente para pequenos transportadores. Treinamento e mão de obra especializada Motoristas e auxiliares deverão receber capacitação específica sobre manejo e bem-estar animal. Esse investimento em treinamento eleva os custos fixos, mas aumenta a segurança e eficiência . Peso financeiro para pequenos e médios produtores Grandes grupos pecuaristas têm maior facilidade de adaptação, mas os pequenos e médios produtores podem sentir forte impacto financeiro, com risco de repassar os custos ao preço final da carne. Adaptação da logística e da infraestrutura Frigoríficos e pontos de parada adaptados Frigoríficos e fazendas precisarão estar preparados com áreas de descanso e abastecimento . Isso pode estimular a criação de novos polos logísticos ao longo das principais rotas de transporte. Reorganização de rotas e parcerias logísticas Para reduzir custos, muitos produtores poderão firmar parcerias com transportadoras especializadas , revisar rotas e investir em planejamento logístico mais eficiente . Perspectivas e oportunidades para o setor Ganhos de imagem e acesso a novos mercados Apesar dos custos iniciais, a adaptação às novas normas pode reforçar a imagem do Brasil como exportador de carne sustentável . Isso abre portas em mercados exigentes e pode elevar a valorização da carne brasileira. Certificações, selos de qualidade e diferenciação Produtores que adotarem as normas mais rapidamente podem obter selos de bem-estar animal , certificações internacionais e contratos exclusivos com compradores premium. FAQ – Perguntas Frequentes 1. Quando as novas regras para transporte de animais entram em vigor? As normas já foram publicadas pelo MAPA e terão prazos escalonados para adaptação. 2. Quais os principais custos de adequação? Adaptação de veículos, treinamento de motoristas e ajustes na logística são os principais pontos de custo. 3. Essas regras valem para todos os tipos de animais? Sim, as normas abrangem bovinos, suínos, aves e outros animais de produção. 4. Como os frigoríficos devem se preparar? Com áreas de parada, estrutura de descanso e procedimentos alinhados às exigências de bem-estar animal. 5. O que muda para os exportadores de carne? Eles ganham mais competitividade em mercados exigentes, especialmente Europa e Ásia. 6. Pequenos produtores terão apoio financeiro? Ainda não há definição oficial, mas sindicatos e associações já discutem propostas de incentivos. O futuro da pecuária frente às novas regras As novas regras para transporte de animais representam um marco para a pecuária brasileira. Embora tragam custos e desafios imediatos , elas também abrem portas para mercados mais exigentes, agregam valor à carne brasileira e promovem um futuro mais sustentável. Produtores que se anteciparem às mudanças terão vantagem competitiva e poderão se destacar com certificações e parcerias comerciais estratégicas. Para mais informações oficiais, acesse o site do MAPA – Ministério da Agricultura e Pecuária -- Fonte: https://www.comprerural.com/novas-regras-para-o-transporte-de-animais-deve-custar-mais-aos-pecuaristas-veja-o-que-mudou/
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