Mercosul na Mira do Carrefour: A Reação do Setor Pecuário Brasileiro

November 26, 2024

As reações do mercado pecuário do mercosul frente ao posicionamento da varejista francesa


1.     A Decisão do Carrefour e a Reação dos Produtores

2.     Impactos para o Setor e a Competitividade Brasileira

3.     Inovações que Fortalecem a Sustentabilidade no Agro

4.     A Defesa do Produtor Brasileiro

5.     O Equilíbrio nas Produções Sustentáveis

 

1.     A Decisão do Carrefour e a Reação dos Produtores


O anúncio do Carrefour de suspender a compra de carne do Mercosul causou grande repercussão. Justificada por preocupações ambientais, a decisão foi percebida por muitos como uma tentativa de responsabilizar o setor agropecuário brasileiro por práticas de desmatamento que não representam a totalidade da produção.


A reação dos pecuaristas foi imediata: muitos interromperam voluntariamente o fornecimento à rede, destacando que o Carrefour ignorou os avanços do Brasil em práticas sustentáveis. Esse embate expõe não apenas as diferenças de perspectivas, mas também o impacto que decisões como essa têm sobre a reputação e a economia de um dos maiores exportadores de carne do mundo.

 

2.     Impactos para o Setor e a Competitividade Brasileira


A decisão do Carrefour gera desafios tanto para os pecuaristas quanto para a economia nacional. O Brasil, reconhecido como líder em exportação de carne bovina, enfrenta agora questionamentos em mercados internacionais devido a generalizações sobre desmatamento ilegal.


Apesar disso, o setor brasileiro tem demonstrado resiliência. Muitos produtores argumentam que a decisão da rede francesa não considera os esforços de grande parte dos pecuaristas que seguem rigorosos padrões ambientais. Além disso, a medida desvaloriza iniciativas que tornam o Brasil uma referência global em práticas de manejo sustentável e recuperação de áreas degradadas.


A decisão do Carrefour de suspender a compra de carne do Mercosul tem impactos diretos em pequenos e médios produtores, que enfrentam desafios financeiros significativos por dependerem de contratos com grandes compradores internacionais. Como o Mercosul é responsável por grandes volumes de exportação de carne, as margens apertadas desses produtores tornam-nos mais vulneráveis à perda de clientes importantes, afetando não apenas sua viabilidade, mas também as economias locais que dependem dessas operações.

 

3.     Inovações que Fortalecem a Sustentabilidade no Agro


Os produtores brasileiros têm investido continuamente em tecnologias que garantem a rastreabilidade e o respeito ao meio ambiente. O uso de imagens de satélite e utilização de drones permitem monitorar áreas de pastagem e plantio, auxiliando a identificar irregularidades, assegurando que a produção ocorra em conformidade com normas ambientais.


Além disso, a implementação de sistemas e normas de rastreabilidade tem sido uma ferramenta-chave para o setor. Essa tecnologia garante que cada etapa da cadeia produtiva seja transparente e acessível, demonstrando o compromisso com padrões éticos e sustentáveis. Tais inovações reforçam o protagonismo do Brasil no mercado global, mesmo diante de desafios impostos por redes varejistas.

 

4.     A Defesa do Produtor Brasileiro


Os pecuaristas brasileiros destacam os esforços contínuos em integrar sustentabilidade e produtividade. Muitos argumentam que as práticas de desmatamento ilegal são exceções e não refletem a realidade da maior parte da produção nacional. Além disso, reforçam que generalizações feitas por grandes redes varejistas prejudicam produtores que já adotam boas práticas ambientais e investem em tecnologias inovadoras.


A decisão do Carrefour também levantou questionamentos sobre o papel das redes varejistas na construção de soluções para questões ambientais. Para os produtores, parcerias são mais eficazes do que imposições unilaterais, especialmente em um setor tão diversificado e vital como o agropecuário brasileiro.


O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) também criticou a decisão do Carrefour, ressaltando que o Brasil possui um dos sistemas de defesa agropecuária mais rigorosos do mundo e uma legislação ambiental exemplar. A pasta destacou que o país mantém padrões elevados de sustentabilidade e rastreabilidade, que garantem a confiança internacional na carne brasileira. Especialistas e entidades, como a Faesp e o Fórum Mercosul da Carne, reforçaram que a medida é vista como um movimento protecionista por parte da França, motivado por dificuldades de produtores europeus em competir com a eficiência e sustentabilidade da produção do Mercosul. As alegações do Carrefour foram amplamente questionadas, consideradas desprovidas de embasamento técnico e prejudiciais à reputação do setor​

 

5.     O Equilíbrio nas Produções Sustentáveis


A decisão do Carrefour de suspender compras de carne do Mercosul exemplifica as pressões ambientais enfrentadas pelo setor agropecuário. No entanto, o caso também evidencia a necessidade de maior diálogo entre todos os elos da cadeia produtiva.


Os produtores brasileiros têm mostrado capacidade de adaptação e compromisso com práticas sustentáveis, mas isso só será suficiente se houver reconhecimento e colaboração por parte de grandes redes varejistas. Garantir um equilíbrio entre sustentabilidade e competitividade é essencial para preservar a liderança do Brasil no mercado global de carne bovina.



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Fonte:

https://www.canalrural.com.br/pecuaria/carrefour-brasil-admite-suspensao-de-fornecimento-de-carne-mas-diz-que-nao-ha-desabastecimento/

https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2024/11/20/ceo-do-carrefour-diz-que-empresa-vai-parar-comprar-carne-do-mercosul.ghtml


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Contexto e principais diretrizes do projeto Mecanismo de financiamento e papel do FGO Benefícios para agricultores familiares e cooperativas Integração com programas agroflorestais e sustentabilidade Desafios, trâmite legislativo e perspectivas futuras Perguntas Frequentes (FAQs) A inovação tecnológica O Crédito Solar no Campo é um marco para o fortalecimento da agricultura familiar no Brasil. Recentemente, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que destina R$ 400 milhões do Fundo Garantidor de Operações (FGO) para apoiar a instalação de usinas solares cooperativas em áreas rurais. A proposta, de autoria do deputado Pedro Uczai (PT-SC) e relatada por Nilto Tatto (PT-SP) , tem como objetivo democratizar o acesso à energia renovável, reduzir custos de produção e aumentar a autonomia dos agricultores. Se aprovado pelo Senado e sancionado pela Presidência, o programa pode transformar a matriz energética rural, colocando o agricultor familiar no centro da transição energética sustentável . Mecanismo de financiamento e papel do FGO O funcionamento do projeto é simples, mas altamente estratégico: Os R$ 400 milhões funcionarão como garantia para empréstimos destinados à construção de usinas solares cooperativas. Os recursos terão validade de 18 meses após a sanção da lei. O acesso ao crédito será feito por meio do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). A energia gerada deve ser usada exclusivamente para as atividades agropecuárias dos cooperados. As condições de prazos, juros e regras específicas serão definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Esse mecanismo é importante porque diminui o risco para os bancos, tornando o crédito mais acessível e atrativo para agricultores e cooperativas. Benefícios para agricultores familiares e cooperativas O Crédito Solar no Campo vai muito além da simples geração de energia: Redução dos custos de produção: com energia própria, o agricultor gasta menos em eletricidade. Formação de cooperativas de energia: produtores poderão se unir e compartilhar usinas, ampliando a força coletiva. Diversificação da renda: a economia gerada com energia pode ser reinvestida na produção agrícola. Democratização da energia renovável: torna o acesso ao solar mais justo e acessível. Fortalecimento da sustentabilidade econômica: ao descentralizar a produção energética, agricultores ganham mais resiliência contra oscilações do mercado. O deputado Tatto destacou que essa medida é parte de uma estratégia de transição energética justa e inclusiva , com impactos diretos na autonomia regional e comunitária. Integração com programas agroflorestais e sustentabilidade O projeto não se limita à energia solar: ele se conecta com programas de preservação ambiental e agricultura sustentável, como: Prosaf (Programa de Sistemas Agroflorestais de Base Agroecológica): Restauração de áreas degradadas. Conservação da biodiversidade. Apoio a comunidades tradicionais e familiares. Programa Nacional de Florestas Produtivas: Recuperação produtiva de áreas degradadas. Oferta de crédito, assistência técnica e viveiros comunitários. Acesso a pagamentos por serviços ambientais. Essas iniciativas fortalecem o elo entre produção agrícola, sustentabilidade e inovação energética, colocando o Brasil como referência em bioeconomia e transição verde. Desafios, trâmite legislativo e perspectivas futuras Apesar do potencial, o projeto ainda precisa: Ser aprovado no Senado Federal . Receber sanção presidencial. Passar pela regulamentação do CMN e dos bancos parceiros. Durante a votação, houve críticas sobre possíveis excessos na política pública ou riscos de desvio de foco. No entanto, defensores reforçam que essa medida é estratégica para modernizar o campo e reduzir a desigualdade energética. Se aprovado, o Crédito Solar no Campo pode se tornar um ponto de virada para cooperativas rurais, permitindo que elas liderem a geração distribuída de energia no Brasil. Perguntas Frequentes (FAQs) 1. O que é o Crédito Solar no Campo? É um projeto que destina R$ 400 milhões do FGO para financiar usinas solares cooperativas no meio rural. 2. Quem pode acessar o financiamento? Agricultores familiares e cooperativas rurais que utilizem energia para atividades agropecuárias. 3. Como funcionará o financiamento? O Pronaf será o principal canal de acesso ao crédito, com garantias do FGO. 4. Qual o prazo para utilização dos recursos? 18 meses após a sanção da lei. 5. Quais são os benefícios diretos para os agricultores? Redução de custos, maior autonomia, energia limpa e fortalecimento da produção cooperativa. 6. O projeto já está em vigor? Ainda não. Ele aguarda análise do Senado e sanção presidencial. A inovação tecnológica O Crédito Solar no Campo representa uma das iniciativas mais inovadoras e sustentáveis para a agricultura familiar no Brasil. Ele une energia renovável , práticas agroecológicas e fortalecimento cooperativo , ao mesmo tempo em que abre portas para desenvolvimento regional e autonomia produtiva. Com a aprovação no Senado, essa medida poderá transformar o campo brasileiro em um laboratório vivo da transição energética , colocando o agricultor familiar no centro da sustentabilidade e inovação. Para acompanhar a tramitação oficial do projeto, visite o Portal da Câmara dos Deputados. -- Fonte: https://www.comprerural.com/aprovado-projeto-que-destina-r-400-milhoes-para-agricultor-investir-em-energia-solar/
27 de agosto de 2025
O transporte de animais vivos é um elo crucial da cadeia produtiva da pecuária brasileira. Recentemente, o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) anunciou novas regras para essa atividade, trazendo mudanças profundas tanto para pecuaristas quanto para transportadores. Essas alterações buscam elevar os padrões de bem-estar animal , aumentar a segurança logística e alinhar o Brasil às exigências internacionais. No entanto, como toda mudança regulatória, também traz custos adicionais e desafios operacionais que podem impactar a rentabilidade, especialmente para pequenos e médios produtores. Neste artigo, vamos explorar o que motivou essas mudanças, os impactos na prática, os custos envolvidos e as oportunidades que surgem para o setor da pecuária nacional. O que motivou as mudanças nas regras Alinhamento às boas práticas internacionais O Brasil é um dos maiores exportadores de carne bovina, suína e de frango do mundo. Para manter sua competitividade, precisa se adequar a padrões cada vez mais exigentes em sustentabilidade, rastreabilidade e bem-estar animal. Países da União Europeia e da Ásia já possuem regras rigorosas, e o alinhamento do Brasil é estratégico para manter o acesso a esses mercados. Relação entre transporte adequado e qualidade da carne Diversos estudos comprovam que o manejo inadequado durante o transporte causa estresse, perdas de peso, contusões e até mortalidade. Esses fatores afetam diretamente a qualidade final da carne e, consequentemente, a rentabilidade da cadeia. O governo decidiu, então, estabelecer regras mais claras sobre tempo máximo de viagem, veículos adaptados e documentação obrigatória. Impactos no bem-estar e na segurança animal Limites de tempo e paradas obrigatórias Uma das principais mudanças é a definição de tempo máximo de transporte . Agora, os caminhões precisam realizar paradas estratégicas para descanso, hidratação e alimentação dos animais. Redução de mortalidade e estresse animal Essas medidas ajudam a reduzir a mortalidade, o estresse e as contusões, além de preservar o desempenho zootécnico dos rebanhos. Competitividade internacional com foco em bem-estar No mercado global, o bem-estar animal é cada vez mais valorizado. Isso significa que o Brasil, ao implementar regras mais rigorosas, pode ganhar espaço em mercados premium , onde consumidores pagam mais por carne certificada e produzida de forma sustentável. Custos adicionais para os pecuaristas Adaptações obrigatórias nos veículos Os veículos precisarão de ventilação adequada, divisórias internas, pisos antiderrapantes e monitoramento. Essa adaptação representa um custo elevado, principalmente para pequenos transportadores. Treinamento e mão de obra especializada Motoristas e auxiliares deverão receber capacitação específica sobre manejo e bem-estar animal. Esse investimento em treinamento eleva os custos fixos, mas aumenta a segurança e eficiência . Peso financeiro para pequenos e médios produtores Grandes grupos pecuaristas têm maior facilidade de adaptação, mas os pequenos e médios produtores podem sentir forte impacto financeiro, com risco de repassar os custos ao preço final da carne. Adaptação da logística e da infraestrutura Frigoríficos e pontos de parada adaptados Frigoríficos e fazendas precisarão estar preparados com áreas de descanso e abastecimento . Isso pode estimular a criação de novos polos logísticos ao longo das principais rotas de transporte. Reorganização de rotas e parcerias logísticas Para reduzir custos, muitos produtores poderão firmar parcerias com transportadoras especializadas , revisar rotas e investir em planejamento logístico mais eficiente . Perspectivas e oportunidades para o setor Ganhos de imagem e acesso a novos mercados Apesar dos custos iniciais, a adaptação às novas normas pode reforçar a imagem do Brasil como exportador de carne sustentável . Isso abre portas em mercados exigentes e pode elevar a valorização da carne brasileira. Certificações, selos de qualidade e diferenciação Produtores que adotarem as normas mais rapidamente podem obter selos de bem-estar animal , certificações internacionais e contratos exclusivos com compradores premium. FAQ – Perguntas Frequentes 1. Quando as novas regras para transporte de animais entram em vigor? As normas já foram publicadas pelo MAPA e terão prazos escalonados para adaptação. 2. Quais os principais custos de adequação? Adaptação de veículos, treinamento de motoristas e ajustes na logística são os principais pontos de custo. 3. Essas regras valem para todos os tipos de animais? Sim, as normas abrangem bovinos, suínos, aves e outros animais de produção. 4. Como os frigoríficos devem se preparar? Com áreas de parada, estrutura de descanso e procedimentos alinhados às exigências de bem-estar animal. 5. O que muda para os exportadores de carne? Eles ganham mais competitividade em mercados exigentes, especialmente Europa e Ásia. 6. Pequenos produtores terão apoio financeiro? Ainda não há definição oficial, mas sindicatos e associações já discutem propostas de incentivos. O futuro da pecuária frente às novas regras As novas regras para transporte de animais representam um marco para a pecuária brasileira. Embora tragam custos e desafios imediatos , elas também abrem portas para mercados mais exigentes, agregam valor à carne brasileira e promovem um futuro mais sustentável. Produtores que se anteciparem às mudanças terão vantagem competitiva e poderão se destacar com certificações e parcerias comerciais estratégicas. Para mais informações oficiais, acesse o site do MAPA – Ministério da Agricultura e Pecuária -- Fonte: https://www.comprerural.com/novas-regras-para-o-transporte-de-animais-deve-custar-mais-aos-pecuaristas-veja-o-que-mudou/
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