O clima em transformação: como o produtor de leite pode responder com eficiência

August 20, 2025

Em tempos de variações climáticas crescentes, estratégias bem articuladas garantem produtividade, bem-estar e rentabilidade na pecuária leiteira.

  1. Estresse térmico: efeitos fisiológicos e produtivos
  2. Qualidade do leite e repercussões no desempenho reprodutivo
  3. Manejo simples e eficaz: sombra, água e horários adaptados
  4. Nutrição estratégica e suporte metabólico
  5. Avanços genéticos: rebanhos mais resilientes ao calor

1. Estresse térmico: efeitos fisiológicos e produtivos

O estresse térmico emerge como um dos principais inimigos da eficiência na produção de leite. Em ambientes de alta temperatura e umidade, as vacas não conseguem dissipar adequadamente o calor gerado pelo metabolismo e absorvido do entorno, elevando a sua temperatura corporal. A resposta fisiológica ao calor inclui maior frequência respiratória, menor consumo de matéria seca e mais ingestão de água – estratégias naturais para resfriamento, mas que desviam energia essencial para manter a produção láctea.

Com menos energia direcionada à produção, a produtividade cai significativamente, comprometendo a eficiência alimentar. Esse desvio impacta diretamente a rentabilidade do sistema produtivo, já que a energia necessária para manter as funções vitais compromete o desempenho produtivo.

2. Qualidade do leite e repercussões no desempenho reprodutivo

O impacto do calor não se limita ao volume do leite: também afeta sua composição, com variações em gordura e proteína que dificultam o processamento industrial para queijos e derivados . Além disso, o estresse térmico prejudica a reprodução, reduzindo taxas de concepção, aumentando perdas embrionárias e prolongando o intervalo entre partos.

Esses efeitos cumulativos resultam em menor renovação do rebanho, o que compromete a sustentabilidade e a rentabilidade a longo prazo. Sem falar no enfraquecimento do sistema imunológico, que torna os animais mais vulneráveis a doenças, elevando riscos sanitários e os custos com tratamentos.

3. Manejo simples e eficaz: sombra, água e horários adaptados

Produtores brasileiros estão adotando medidas relativamente simples, porém eficazes, para mitigar os efeitos do estresse térmico:

  • Sombreamento estratégico – por meio de sistemas silvipastoris ou estruturas artificiais como telas e telhados — reduz a radiação direta sobre os animais, aliviando a carga térmica.
  • Água fresca e abundante – garantir acesso contínuo à água limpa, com bebedouros em número adequado e higienizados regularmente, é fundamental para regular a temperatura corporal.
  • Horários de manejo flexíveis – deslocar atividades como ordenha e alimentação para períodos mais amenos (início da manhã ou final da tarde) ajuda a minimizar o desgaste dos animais no pico do calor.

Essas práticas, apesar de simples, têm impacto direto na redução do estresse, promovendo mais conforto e rendimento.

4. Nutrição estratégica e suporte metabólico

A adaptação nutricional é outra frente crucial. Para compensar a menor ingestão de matéria seca nos dias quentes, as dietas podem ser ajustadas com ingredientes mais palatáveis e de alta densidade energética. A utilização de aditivos como tamponantes e probióticos auxilia na estabilidade ruminal e na eficiência digestiva.

Outro recurso importante é a suplementação à base de aminoácidos, que pode auxiliar na manutenção da síntese proteica, otimizar o metabolismo energético e reduzir o impacto negativo do estresse calórico sobre a produção e a reprodução. Aminoácidos específicos, como a metionina e a lisina, presentes no Lacton da Agros, desempenham papel-chave na regulação do metabolismo e na resposta antioxidante, contribuindo para maior eficiência produtiva mesmo em condições desafiadoras.

Assim, mesmo com apetite reduzido, os animais mantêm o desempenho produtivo e a saúde metabólica, contribuindo para uma resposta mais consistente ao estresse climático.


5. Avanços genéticos: rebanhos mais resilientes ao calor

Pensando no longo prazo, a seleção genética e os cruzamentos com raças mais tolerantes ao calor ganham importância. A identificação de marcadores genéticos para dissipação de calor e a escolha de indivíduos mais adaptados climática e metabolicamente abrem caminho para rebanhos naturalmente mais resilientes.

Essa estratégia reduz a dependência de intervenções externas, reforçando a sustentabilidade da produção leiteira frente às variações climáticas.

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Fonte:
https://www.milkpoint.com.br/artigos/producao-de-leite/o-impacto-do-clima-na-producao-de-leite-e-como-os-produtores-estao-se-adaptando-239128/
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