SAÚDE DOS CASCOS: COMO ISTO AFETA A SUA PRODUÇÃO?

Guilherme Sabadin • February 6, 2023

Já dizia o ditado que prevenir é melhor que remediar. E isso é tão verdade que, quando o

assunto for saúde dos cascos, é importante estar sempre com a prevenção em dia. Assim você garante a qualidade produtiva do rebanho, mantém a saúde e bem-estar dos animais e evita o surgimento de doenças crônicas. Manter a saúde dos cascos em dia é indicativo de sucesso e lucratividade para você!


1. COMO OS PROBLEMAS NOS CASCOS AFETAM A PRODUTIVIDADE?

2. O QUE FAVORECE O SURGIMENTO DE DOENÇAS NOS CASCOS?

3. PRINCIPAIS DOENÇAS DE CASCO EM BOVINOS LEITEIROS

4. CAMINHO PERCORRIDO PELOS ANIMAIS

5. CLAUDICAÇÃO EM NÚMEROS

6. TRATAMENTO


1. COMO OS PROBLEMAS NOS CASCOS AFETAM A PRODUTIVIDADE?


Vacas que apresentam problemas podais geralmente são animais que precisam fazer um esforço dobrado para manter o desempenho no mesmo nível do rebanho. Esses animais apresentam redução na produção de leite, problemas reprodutivos, maior período de serviço, maiores gastos com medicamentos e são suscetíveis a uma maior taxa de descarte.


Todos esses problemas relacionados a animais que estão claudicando, ou seja, que estão com problemas de locomoção, impedem a estabilidade do produtor no mercado competitivo e a melhoria da qualidade de produção (seja do leite cru ou a fabricação de derivados). Hoje a claudicação é uma das principais enfermidades do rebanho brasileiro.


Animais com desconforto nos dígitos irão apresentar limitações em sua locomoção, alterando o comportamento, podendo diminuir o tempo de alimentação em até 28 minutos quando comparado a uma vaca aparentemente sadia (Bach et al., 2007). Além disso, animais com claudicação deixam de produzir entre 270 e 574 quilos de leite por lactação.


A claudicação gera impactos significativos na taxa de prenhez, no intervalo entre o parto e o primeiro serviço, no intervalo entre parto e a concepção, e também no número de doses de sêmen por prenhez (Collick et al., 1989).


2. O QUE FAVORECE O SURGIMENTO DE DOENÇAS NOS CASCOS?


Desafios ambientais e dificuldades no manejo são alguns dos facilitadores para o surgimento de doenças podais no rebanho, modificações de instalações, maior concentração de animais por área. Os problemas decorrentes das afecções podais são

diversos, sendo divididos em cinco grandes grupos: nutricionais, ambientais, infecciosos, reprodutivos e genéticos (FERREIRA, 2005).


A falta do casqueamento ou a execução errada deste manejo também pode favorecer os problemas de claudicação no rebanho.


3. PRINCIPAIS DOENÇAS DE CASCO EM BOVINOS LEITEIROS


Abaixo listamos as principais doenças relacionadas ao casco e à locomoção dos

bovinos:

  • Laminite
  • Úlcera de sola
  • Doença da linha branca
  • Dermatite digital
  • Erosão de talão
  • Hiperplasia interdigital
  • Pododermatite circunscrita
  • Podridão de casco


4. CAMINHO PERCORRIDO PELOS ANIMAIS


O caminho que os animais percorrem durante o dia influencia diretamente na saúde dos cascos. O trajeto dos piquetes até a sala de ordenha é um fator que deve ser considerado quando o objetivo é evitar a claudicação do rebanho.


Além da distância, que interfere no gasto de energia, tempo de descanso e fadiga, o tipo de caminho precisa ser observado. Evite que seus animais passem por ambientes que tenham muitos buracos, objetos pontiagudos, pedregulhos, com excesso de lama e

sujidades. Prefira ao máximo que seus animais transitem por áreas de pastagens, esse tipo de solo diminui e muito o impacto das patas em solo rígido e sem absorção de impacto, é um solo não abrasivo que traz conforto e bem-estar para os animais.


Outro ponto de atenção é a condução do manejador dos animais da pastagem até a sala de ordenha. Os animais claudicantes não devem ser conduzidos com gritos e com pressa, pois estão experimentando altos níveis de dor nos cascos e por isso precisam de

maior tempo para distribuição do seu peso corporal no solo. A má condução das vacas neste momento pode agravar a condição do casco, podendo levar a maiores prejuízos ao próprio produtor.


5. CLAUDICAÇÃO EM NÚMEROS


As consequências dos problemas de casco têm bastante impacto na pecuária leiteira. A doença afeta quase todos os aspectos na vaca leiteira. A dor se torna uma rotina que gera queda na imunidade e facilita o surgimento de doenças oportunistas, febre e queda no desempenho dos animais. Tudo isso gera impactos na produção, com destaque para:


  • Vacas com problemas nos cascos têm um aumento de dias abertos e um intervalo entre partos de mais de 400 dias (Martínez, et al., 2019).
  • 6 vezes mais probabilidade de desenvolver cistos ovarianos.
  • 6 vezes mais probabilidade de aumentar os dias sem ficar prenha.
  • 9 vezes mais probabilidade de ter mais serviços por concepção
  • 4 vezes mais probabilidade de ser descartada em comparação com suas companheiras de rebanho (Martínez, et al., 2019; Charfeddine, et al., 2017).
  • Vacas com uma pontuação de 4 a 5 na escala de locomoção têm uma perda de produção de leite cerca de 9 a 15%


5. TRATAMENTO


A claudicação não precisa ser uma ameaça ao seu rebanho. É possível adotar medidas

preventivas e cuidados que garantem que seus animais estejam sempre com a saúde dos

cascos em dia.


  • Tenha uma dieta balanceada e equilibrada
  • Mantenha o ambiente dos animais sempre higienizado
  • Piso e caminhos sempre limpos e secos
  • Realizar o casqueamento preventivo do rebanho
  • Uso regular do pedilúvio


Com práticas de prevenção, os problemas de casco não serão uma preocupação ao pecuarista!



Tem alguma dúvida?


FALE COM NOSSOS CONSULTORES TÉCNICOS CLICANDO AQUI E SAIBA COMO LIDAR NESSA SITUAÇÃO.


12 de setembro de 2025
As exportações em alta sustentam os preços da arroba no Brasil, garantindo um alívio importante para o setor pecuário em 2025.
9 de setembro de 2025
Beef on Dairy é a nova tendência da pecuária leiteira brasileira. Descubra como o uso de sêmen de corte em vacas leiteiras aumenta a rentabilidade, melhora o manejo e promove sustentabilidade.
2 de setembro de 2025
O metano no campo é um desafio crítico para a pecuária brasileira. Descubra como o monitoramento preciso e as algas marinhas podem reduzir emissões e impulsionar a sustentabilidade.
29 de agosto de 2025
Contexto e principais diretrizes do projeto Mecanismo de financiamento e papel do FGO Benefícios para agricultores familiares e cooperativas Integração com programas agroflorestais e sustentabilidade Desafios, trâmite legislativo e perspectivas futuras Perguntas Frequentes (FAQs) A inovação tecnológica O Crédito Solar no Campo é um marco para o fortalecimento da agricultura familiar no Brasil. Recentemente, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que destina R$ 400 milhões do Fundo Garantidor de Operações (FGO) para apoiar a instalação de usinas solares cooperativas em áreas rurais. A proposta, de autoria do deputado Pedro Uczai (PT-SC) e relatada por Nilto Tatto (PT-SP) , tem como objetivo democratizar o acesso à energia renovável, reduzir custos de produção e aumentar a autonomia dos agricultores. Se aprovado pelo Senado e sancionado pela Presidência, o programa pode transformar a matriz energética rural, colocando o agricultor familiar no centro da transição energética sustentável . Mecanismo de financiamento e papel do FGO O funcionamento do projeto é simples, mas altamente estratégico: Os R$ 400 milhões funcionarão como garantia para empréstimos destinados à construção de usinas solares cooperativas. Os recursos terão validade de 18 meses após a sanção da lei. O acesso ao crédito será feito por meio do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). A energia gerada deve ser usada exclusivamente para as atividades agropecuárias dos cooperados. As condições de prazos, juros e regras específicas serão definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Esse mecanismo é importante porque diminui o risco para os bancos, tornando o crédito mais acessível e atrativo para agricultores e cooperativas. Benefícios para agricultores familiares e cooperativas O Crédito Solar no Campo vai muito além da simples geração de energia: Redução dos custos de produção: com energia própria, o agricultor gasta menos em eletricidade. Formação de cooperativas de energia: produtores poderão se unir e compartilhar usinas, ampliando a força coletiva. Diversificação da renda: a economia gerada com energia pode ser reinvestida na produção agrícola. Democratização da energia renovável: torna o acesso ao solar mais justo e acessível. Fortalecimento da sustentabilidade econômica: ao descentralizar a produção energética, agricultores ganham mais resiliência contra oscilações do mercado. O deputado Tatto destacou que essa medida é parte de uma estratégia de transição energética justa e inclusiva , com impactos diretos na autonomia regional e comunitária. Integração com programas agroflorestais e sustentabilidade O projeto não se limita à energia solar: ele se conecta com programas de preservação ambiental e agricultura sustentável, como: Prosaf (Programa de Sistemas Agroflorestais de Base Agroecológica): Restauração de áreas degradadas. Conservação da biodiversidade. Apoio a comunidades tradicionais e familiares. Programa Nacional de Florestas Produtivas: Recuperação produtiva de áreas degradadas. Oferta de crédito, assistência técnica e viveiros comunitários. Acesso a pagamentos por serviços ambientais. Essas iniciativas fortalecem o elo entre produção agrícola, sustentabilidade e inovação energética, colocando o Brasil como referência em bioeconomia e transição verde. Desafios, trâmite legislativo e perspectivas futuras Apesar do potencial, o projeto ainda precisa: Ser aprovado no Senado Federal . Receber sanção presidencial. Passar pela regulamentação do CMN e dos bancos parceiros. Durante a votação, houve críticas sobre possíveis excessos na política pública ou riscos de desvio de foco. No entanto, defensores reforçam que essa medida é estratégica para modernizar o campo e reduzir a desigualdade energética. Se aprovado, o Crédito Solar no Campo pode se tornar um ponto de virada para cooperativas rurais, permitindo que elas liderem a geração distribuída de energia no Brasil. Perguntas Frequentes (FAQs) 1. O que é o Crédito Solar no Campo? É um projeto que destina R$ 400 milhões do FGO para financiar usinas solares cooperativas no meio rural. 2. Quem pode acessar o financiamento? Agricultores familiares e cooperativas rurais que utilizem energia para atividades agropecuárias. 3. Como funcionará o financiamento? O Pronaf será o principal canal de acesso ao crédito, com garantias do FGO. 4. Qual o prazo para utilização dos recursos? 18 meses após a sanção da lei. 5. Quais são os benefícios diretos para os agricultores? Redução de custos, maior autonomia, energia limpa e fortalecimento da produção cooperativa. 6. O projeto já está em vigor? Ainda não. Ele aguarda análise do Senado e sanção presidencial. A inovação tecnológica O Crédito Solar no Campo representa uma das iniciativas mais inovadoras e sustentáveis para a agricultura familiar no Brasil. Ele une energia renovável , práticas agroecológicas e fortalecimento cooperativo , ao mesmo tempo em que abre portas para desenvolvimento regional e autonomia produtiva. Com a aprovação no Senado, essa medida poderá transformar o campo brasileiro em um laboratório vivo da transição energética , colocando o agricultor familiar no centro da sustentabilidade e inovação. Para acompanhar a tramitação oficial do projeto, visite o Portal da Câmara dos Deputados. -- Fonte: https://www.comprerural.com/aprovado-projeto-que-destina-r-400-milhoes-para-agricultor-investir-em-energia-solar/
27 de agosto de 2025
O transporte de animais vivos é um elo crucial da cadeia produtiva da pecuária brasileira. Recentemente, o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) anunciou novas regras para essa atividade, trazendo mudanças profundas tanto para pecuaristas quanto para transportadores. Essas alterações buscam elevar os padrões de bem-estar animal , aumentar a segurança logística e alinhar o Brasil às exigências internacionais. No entanto, como toda mudança regulatória, também traz custos adicionais e desafios operacionais que podem impactar a rentabilidade, especialmente para pequenos e médios produtores. Neste artigo, vamos explorar o que motivou essas mudanças, os impactos na prática, os custos envolvidos e as oportunidades que surgem para o setor da pecuária nacional. O que motivou as mudanças nas regras Alinhamento às boas práticas internacionais O Brasil é um dos maiores exportadores de carne bovina, suína e de frango do mundo. Para manter sua competitividade, precisa se adequar a padrões cada vez mais exigentes em sustentabilidade, rastreabilidade e bem-estar animal. Países da União Europeia e da Ásia já possuem regras rigorosas, e o alinhamento do Brasil é estratégico para manter o acesso a esses mercados. Relação entre transporte adequado e qualidade da carne Diversos estudos comprovam que o manejo inadequado durante o transporte causa estresse, perdas de peso, contusões e até mortalidade. Esses fatores afetam diretamente a qualidade final da carne e, consequentemente, a rentabilidade da cadeia. O governo decidiu, então, estabelecer regras mais claras sobre tempo máximo de viagem, veículos adaptados e documentação obrigatória. Impactos no bem-estar e na segurança animal Limites de tempo e paradas obrigatórias Uma das principais mudanças é a definição de tempo máximo de transporte . Agora, os caminhões precisam realizar paradas estratégicas para descanso, hidratação e alimentação dos animais. Redução de mortalidade e estresse animal Essas medidas ajudam a reduzir a mortalidade, o estresse e as contusões, além de preservar o desempenho zootécnico dos rebanhos. Competitividade internacional com foco em bem-estar No mercado global, o bem-estar animal é cada vez mais valorizado. Isso significa que o Brasil, ao implementar regras mais rigorosas, pode ganhar espaço em mercados premium , onde consumidores pagam mais por carne certificada e produzida de forma sustentável. Custos adicionais para os pecuaristas Adaptações obrigatórias nos veículos Os veículos precisarão de ventilação adequada, divisórias internas, pisos antiderrapantes e monitoramento. Essa adaptação representa um custo elevado, principalmente para pequenos transportadores. Treinamento e mão de obra especializada Motoristas e auxiliares deverão receber capacitação específica sobre manejo e bem-estar animal. Esse investimento em treinamento eleva os custos fixos, mas aumenta a segurança e eficiência . Peso financeiro para pequenos e médios produtores Grandes grupos pecuaristas têm maior facilidade de adaptação, mas os pequenos e médios produtores podem sentir forte impacto financeiro, com risco de repassar os custos ao preço final da carne. Adaptação da logística e da infraestrutura Frigoríficos e pontos de parada adaptados Frigoríficos e fazendas precisarão estar preparados com áreas de descanso e abastecimento . Isso pode estimular a criação de novos polos logísticos ao longo das principais rotas de transporte. Reorganização de rotas e parcerias logísticas Para reduzir custos, muitos produtores poderão firmar parcerias com transportadoras especializadas , revisar rotas e investir em planejamento logístico mais eficiente . Perspectivas e oportunidades para o setor Ganhos de imagem e acesso a novos mercados Apesar dos custos iniciais, a adaptação às novas normas pode reforçar a imagem do Brasil como exportador de carne sustentável . Isso abre portas em mercados exigentes e pode elevar a valorização da carne brasileira. Certificações, selos de qualidade e diferenciação Produtores que adotarem as normas mais rapidamente podem obter selos de bem-estar animal , certificações internacionais e contratos exclusivos com compradores premium. FAQ – Perguntas Frequentes 1. Quando as novas regras para transporte de animais entram em vigor? As normas já foram publicadas pelo MAPA e terão prazos escalonados para adaptação. 2. Quais os principais custos de adequação? Adaptação de veículos, treinamento de motoristas e ajustes na logística são os principais pontos de custo. 3. Essas regras valem para todos os tipos de animais? Sim, as normas abrangem bovinos, suínos, aves e outros animais de produção. 4. Como os frigoríficos devem se preparar? Com áreas de parada, estrutura de descanso e procedimentos alinhados às exigências de bem-estar animal. 5. O que muda para os exportadores de carne? Eles ganham mais competitividade em mercados exigentes, especialmente Europa e Ásia. 6. Pequenos produtores terão apoio financeiro? Ainda não há definição oficial, mas sindicatos e associações já discutem propostas de incentivos. O futuro da pecuária frente às novas regras As novas regras para transporte de animais representam um marco para a pecuária brasileira. Embora tragam custos e desafios imediatos , elas também abrem portas para mercados mais exigentes, agregam valor à carne brasileira e promovem um futuro mais sustentável. Produtores que se anteciparem às mudanças terão vantagem competitiva e poderão se destacar com certificações e parcerias comerciais estratégicas. Para mais informações oficiais, acesse o site do MAPA – Ministério da Agricultura e Pecuária -- Fonte: https://www.comprerural.com/novas-regras-para-o-transporte-de-animais-deve-custar-mais-aos-pecuaristas-veja-o-que-mudou/
22 de agosto de 2025
A nova tarifa dos EUA pressiona a competitividade do Brasil e pode alterar preços e destinos da carne bovina no mercado global.
20 de agosto de 2025
Em tempos de variações climáticas crescentes, estratégias bem articuladas garantem produtividade, bem-estar e rentabilidade na pecuária leiteira.
13 de maio de 2025
Entenda como a escolha do suplemento mineral impacta diretamente no desempenho zootécnico e na saúde do rebanho
13 de maio de 2025
Para garantir saúde, desempenho e longevidade aos cavalos, é essencial compreender o papel dos aminoácidos e o impacto do bom balanceamento nutricional.
12 de maio de 2025
Alta demanda, crise no rebanho americano e competitividade brasileira impulsionam novo ciclo de exportações