História dos Defensivos Agrícolas e a sua Importância na Produção de Alimentos

Guilherme Sabadin • August 8, 2024

História dos defensivos agrícolas e a sua importância na produção de alimentos



01. Introdução

02. Defensivos agrícolas na proteção vegetal, desde sempre

03. Que tipo de produto foi utilizado como defensivo agrícola?

04. Defensivos agrícolas químicos

05. Defensivos agrícolas biológicos 

06. O impacto na agricultura e a evolução dos defensivos agrícolas


01. Introdução


Os defensivos agrícolas são produtos que podem apresentar compostos químicos ou biológicos, destinados a prevenir, controlar, destruir, repelir qualquer organismo biológico considerado uma praga.


Plantas invasoras, através da competição, insetos, comendo a cultura principal, fungos, bactérias e doenças em geral, causando distúrbios e problemas que afetam a produtividade da lavoura.



Assim, pode-se dizer que o termo defensivo agrícola contempla inseticidas, herbicidas, fungicidas e nematicidas, para controlar pragas específicas que podem causar danos durante a produção e armazenamento das culturas plantas, conforme imagem abaixo:


Assim como o advento da mecanização agrícola, dos fertilizantes, da irrigação e do melhoramento genético de plantas, os defensivos agrícolas iniciaram os processos de especialização e intensificação da agricultura ao introduzirem novos modelos de cultivo e garantias a segurança alimentar. 


02. Defensivos agrícolas na proteção vegetal, desde sempre


Nos últimos 60 anos, os defensivos agrícolas foram responsáveis por proteger as lavouras, tendo papel fundamental nos resultados de produção, sendo cada vez mais utilizados como um recurso e não obrigatoriedade, participando do manejo integrado de pragas e doenças.


No entanto, a utilização dos defensivos agrícolas remonta desde o desenvolvimento e a expansão da agricultura. O primeiro registro de uso foi feito há 4.500 anos pelos sumérios que usavam compostos de enxofre no controle de insetos e ácaros.


Há 3200 anos, os chineses já utilizavam compostos de mercúrio e arsênico para controlar piolhos. Ainda eles, porém há 2.500 anos, começaram a estudar e compreender a atividade dos microrganismos e do valor de ajustar os tempos de plantio para evitar surtos de pragas.


Em período similar, gregos e romanos aplicavam fumigantes, sprays e pomadas nos locais de armazenamento dos alimentos para controlar as pragas.


Fumigantes: substâncias voláteis, usadas em forma de vapor ou gás.


Aponta-se para os chineses também a organização do primeiro programa de controle biológica, estabelecendo ninhos de formigas em pomares de frutas cítricas com o objetivo de controlar lagartas e besouros.


Por outro lado, temos os europeus caminhando na contra mão desta onde de defensivos. Após a queda do Império Romano, continuaram confiando na fé religiosa e seus impactos na agricultura em detrimento do conhecimento biológico. Este período se encerra pela Renascença, com um novo interesse pelo controle biológico e introdução de defensivos contendo substâncias naturais no século 17.


Mesmo com o avanço dos estudos agrícolas, pragas e doenças ainda representam uma média alta de perdas, com 37,5%, variando entre 10 e 90% de perdas nas áreas. Portanto, um grande incentivo para se encontrar maneiras de superar os problemas causados por doenças e pragas.


Desta forma, o uso de defensivos agrícolas vem cada vez mais modernos e específicos, junto com a tecnologia e inovação do maquinário avança junto aos sistemas de aplicação.


03. Que tipo de produto foi utilizado como defensivo agrícola?


As perdas em decorrência de não se utilizar defensivos seriam muito altas e muitos alimentos teriam sua produção inviável. Atualmente, estes problemas são evitados ou minimizados através do desenvolvimento científico e uso adequado dos defensivos agrícolas, conforme dados abaixo:

Estima-se que será necessário um aumento da produção global de alimentos de pelo menos 70% para uma população estimada em 10 bilhões de pessoas até 2050.


Historicamente, os primeiros inseticidas eram basicamente folhagem seca de plantas específicas. Com o passar do tempo, a ciência teve papel crucial na identificação de substâncias botânicas com ação inseticida e, posteriormente, no desenvolvimento de produtos químicos semelhantes, de eficácia semelhante ou maior, com mais estabilidade, segurança e economia para comercialização junto aos agricultores.


De forma direta, defensivos químicos têm origem em substâncias encontradas na natureza, com ação de proteção das plantas aos insetos e microrganismos que impedem o desenvolvimento das plantas.


04. Defensivos agrícolas químicos


Durante a segunda metade do século XIX, outras substâncias químicas começaram a ser usadas como fungicidas, a exemplo do cobre, o mais famoso e praticado deles. Assim surge uma das misturas mais conhecidas - a calda bordalesa - feita a partir da mistura de sulfato de cobre e hidróxido de cálcio. Seu uso está ligado principalmente a agricultura orgânica. Produtos desenvolvidos com arsênio (arseniato de cálcio e chumbo), mantiveram sua predominância até o primeiro terço do século vinte.


O uso de substâncias inorgânicas no controle de pragas, tais como cloreto de sódio e ácido sulfúrico, ou mesmo produtos orgânicos derivados de fontes naturais, permaneceu até a década de 1940. Ou seja, os produtos eram utilizados de forma mais empírica, sem formulações e testes que garantiam a eficiência desses produtos.


A Revolução Verde trouxe o desenvolvimento da formulação de defensivos sintéticos. Marco histórico da agricultura que não pode ser separado da dinâmica de financiamento, das pesquisas promovidas tanto pelos órgãos públicos quanto pela indústria. Grandes responsáveis por impulsionar e expandir as formas de cultivar alimentos.


Como um princípio da modernização na produção dos defensivos, principalmente (inseticida agrícola), alguns pesticidas começaram a surgir de subprodutos da produção de gás de carvão e outros processos industriais. Assim, os primeiros defensivos orgânicos, como nitrofenóis, clorofenóis, creosoto, naftaleno e óleos de petróleo, foram usados para combater pragas como fungos e insetos, enquanto o sulfato de amônio e o arseniato de sódio foram usados como herbicidas.


Após a segunda guerra mundial, foi visto que muitos outros produtos químicos eram eficientes no controle de pragas agrícolas. Assim, desponta um crescimento na adoção de defensivos químicos sintéticos. Todavia, nos anos 60, decorrente de uma controvérsia relacionada a possíveis efeitos adversos para a saúde humana, parte destes produtos cessaram seu uso na agricultura.


Todavia, o aparecimento de inovações tecnológicas vem impactando fortemente o setor de defensivos nos últimos 60 anos. O crescimento de pesquisa e desenvolvimento de moléculas vêm possibilitando a formulação de produtos de alta especificidade.


Com isso, houve uma grande diminuição nas taxas de aplicação por hectare de produtos com função defensiva, em cerca de 95%, ainda com toxicidade reduzida em 40%. Pesquisa e desenvolvimento continuam trazendo progresso e entregando moléculas cada vez mais seletivas e seguras à saúde do ser humano e ao meio ambiente.


05. Defensivos agrícolas biológicos 


Os defensivos biológicos começaram a ser popularizados de forma mais lenta. Após o uso de formigas na China tomou-se conhecimento do fungo Beuveria bassiana, em 1835, muito utilizado até os dias atuais, foi descoberto acidentalmente após proporcionar mortalidade ao bicho-da-seda.


Assim, fez-se de um problema para a cadeia de produção da seda uma solução para o controle de insetos indesejados na produção agrícola.


Em 1888, centenas de joaninhas (Rodolia cardinalis) foram enviadas da Austrália para controlar a cochonilha (Icerya buyeri) do citrus na Califórnia. Este tornou-se um exemplo recorrente de predador com potencial de supressão de população da praga alvo em um ano, mesmo em um país diferente.


No entanto, o boom dos químicos deixou os biológicos de lado, retomando seu crescimento atualmente, ganhando destaque como uma inovação tecnológica.


Na cultura do citrus, surgiu a Tamarixia radiata para o controle do psilídeo, inseto transmissor do greening. Esta forma de controle tem apresentado bom desempenho e surfa na onda da inovação dos produtos biológicos. Novas técnicas de liberação destes organismos vivos estão sendo elaboradas para melhorar ainda mais sua eficiência.


Vespas como Cotesia flavipes e Trichigramma galloi permitem o desenvolvimento de novos produtos, conhecidos como bioinseticidas, amplamente utilizados em culturas de escala como soja e cana-de-açúcar.


Como exemplo clássico de defensivos de base microbiológica, são os com base na bactéria Bacillus thurigiensis ou BT.


Esta tecnologia veio como solução para o problema da grande população de lagartas da espécie Helicoverpa armigera, atuando no intestino médio de larvas recém eclodidas destes insetos. Esse agente biológico libera proteínas que causam toxicidade no intestino da larva, levando-a à morte. A bactéria produz toxinas específicas, chamadas Cry, capazes de controlar pragas específicas.


Com isso, podemos classificar os defensivos biológicos de acordo com sua formulação (agentes biológicos) e os efeitos que desempenham nas plantas. Esses produtos podem ser considerados:


  1. Bioinseticidas;
  2. Biobactericidas;
  3. Bioherbicidas;
  4. Promotores de crescimento;
  5. Biofungicidas;
  6. Bioacaricidas.



06. O impacto na agricultura e a evolução dos defensivos agrícolas


A perda por pragas e doenças na lavoura fica em torno de 37,5% antes da colheita, como citado anteriormente. Além dessas, a cadeia alimentar possibilita ainda mais perdas, relativamente altas. Assim, entende-se que o setor agrícola deve se unir para buscar uma crescente por alimentos, rações, fibras, biocombustíveis e commodities.


Sem os defensivos, perderíamos parte da produção durante a safra e antes mesmo da colheita, gerando grandes aumentos de preços para alimentos mais sensíveis e perecíveis. A isto atribui-se uma vantagem no uso dos defensivos, que permite maior controle das pragas com consequente produção, conseguindo auxiliar na regulação dos preços.


É certo que os defensivos agrícolas vão continuar  desempenhando papel importantíssimo no controle de pragas no futuro. Novas moléculas químicas, biológicas e agentes biológicos estão sendo estudadas e precisam ser compatíveis ecologicamente, e garantir a segurança ao trabalhador.


Os defensivos químicos também estão se tornando cada vez mais modernos e evoluídos, sendo projetados para alvos específicos, gerando impactos reduzidos, principalmente no âmbito ambiental. A diversidade de biológicos e suas fontes também tendem a aumentar a gama de produtos utilizáveis, ampliando o espectro de ação. Novos ingredientes vem aparecendo, tais como óleos essenciais, óleos à base de petróleo e sais inorgânicos. Mimetização de cenários ambientais também vem acontecendo, permitindo explorar da natureza a solução para os problemas em escala. Novas tecnologias também surgem, como a presença de nanotecnologia na agricultura, trazendo mais eficiência com menor presença de ingrediente, através de seu movimento, capacidade de penetração e eficácia.


É importante sabermos que a correta utilização dos defensivos agrícolas pode entregar benefícios significativos, tanto socioeconômicos, quanto ambientais, na forma de comida segura, saudável e acessível.


O uso dos defensivos agrícolas também permite a gestão sustentável da propriedade, por melhorar a eficiência com que são usados os recursos naturais, tais como solo, água e uso global da terra. A combinação entre os defensivos químicos, biológicos, sistemas de manejo e demais novas tecnologias é importante para que se alcance o manejo integrado e, assim, menor geração de consequências ambientais.




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Fonte:

https://croplifebrasil.org/noticias/historia-dos-defensivos-agricolas-e-a-sua-importancia-na-producao-de-alimentos/#:~:text=Defensivos%20agr%C3%ADcolas%20protegendo%20a%20agricultura%2C%20desde%20sempre&text=No%20entanto%2C%20a%20utiliza%C3%A7%C3%A3o%20dos,para%20controlar%20insetos%20e%20%C3%A1caros

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O transporte de animais vivos é um elo crucial da cadeia produtiva da pecuária brasileira. Recentemente, o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) anunciou novas regras para essa atividade, trazendo mudanças profundas tanto para pecuaristas quanto para transportadores. Essas alterações buscam elevar os padrões de bem-estar animal , aumentar a segurança logística e alinhar o Brasil às exigências internacionais. No entanto, como toda mudança regulatória, também traz custos adicionais e desafios operacionais que podem impactar a rentabilidade, especialmente para pequenos e médios produtores. Neste artigo, vamos explorar o que motivou essas mudanças, os impactos na prática, os custos envolvidos e as oportunidades que surgem para o setor da pecuária nacional. O que motivou as mudanças nas regras Alinhamento às boas práticas internacionais O Brasil é um dos maiores exportadores de carne bovina, suína e de frango do mundo. Para manter sua competitividade, precisa se adequar a padrões cada vez mais exigentes em sustentabilidade, rastreabilidade e bem-estar animal. Países da União Europeia e da Ásia já possuem regras rigorosas, e o alinhamento do Brasil é estratégico para manter o acesso a esses mercados. Relação entre transporte adequado e qualidade da carne Diversos estudos comprovam que o manejo inadequado durante o transporte causa estresse, perdas de peso, contusões e até mortalidade. Esses fatores afetam diretamente a qualidade final da carne e, consequentemente, a rentabilidade da cadeia. O governo decidiu, então, estabelecer regras mais claras sobre tempo máximo de viagem, veículos adaptados e documentação obrigatória. Impactos no bem-estar e na segurança animal Limites de tempo e paradas obrigatórias Uma das principais mudanças é a definição de tempo máximo de transporte . Agora, os caminhões precisam realizar paradas estratégicas para descanso, hidratação e alimentação dos animais. Redução de mortalidade e estresse animal Essas medidas ajudam a reduzir a mortalidade, o estresse e as contusões, além de preservar o desempenho zootécnico dos rebanhos. Competitividade internacional com foco em bem-estar No mercado global, o bem-estar animal é cada vez mais valorizado. Isso significa que o Brasil, ao implementar regras mais rigorosas, pode ganhar espaço em mercados premium , onde consumidores pagam mais por carne certificada e produzida de forma sustentável. Custos adicionais para os pecuaristas Adaptações obrigatórias nos veículos Os veículos precisarão de ventilação adequada, divisórias internas, pisos antiderrapantes e monitoramento. Essa adaptação representa um custo elevado, principalmente para pequenos transportadores. Treinamento e mão de obra especializada Motoristas e auxiliares deverão receber capacitação específica sobre manejo e bem-estar animal. Esse investimento em treinamento eleva os custos fixos, mas aumenta a segurança e eficiência . Peso financeiro para pequenos e médios produtores Grandes grupos pecuaristas têm maior facilidade de adaptação, mas os pequenos e médios produtores podem sentir forte impacto financeiro, com risco de repassar os custos ao preço final da carne. Adaptação da logística e da infraestrutura Frigoríficos e pontos de parada adaptados Frigoríficos e fazendas precisarão estar preparados com áreas de descanso e abastecimento . Isso pode estimular a criação de novos polos logísticos ao longo das principais rotas de transporte. Reorganização de rotas e parcerias logísticas Para reduzir custos, muitos produtores poderão firmar parcerias com transportadoras especializadas , revisar rotas e investir em planejamento logístico mais eficiente . Perspectivas e oportunidades para o setor Ganhos de imagem e acesso a novos mercados Apesar dos custos iniciais, a adaptação às novas normas pode reforçar a imagem do Brasil como exportador de carne sustentável . Isso abre portas em mercados exigentes e pode elevar a valorização da carne brasileira. Certificações, selos de qualidade e diferenciação Produtores que adotarem as normas mais rapidamente podem obter selos de bem-estar animal , certificações internacionais e contratos exclusivos com compradores premium. FAQ – Perguntas Frequentes 1. Quando as novas regras para transporte de animais entram em vigor? As normas já foram publicadas pelo MAPA e terão prazos escalonados para adaptação. 2. Quais os principais custos de adequação? Adaptação de veículos, treinamento de motoristas e ajustes na logística são os principais pontos de custo. 3. Essas regras valem para todos os tipos de animais? Sim, as normas abrangem bovinos, suínos, aves e outros animais de produção. 4. Como os frigoríficos devem se preparar? Com áreas de parada, estrutura de descanso e procedimentos alinhados às exigências de bem-estar animal. 5. O que muda para os exportadores de carne? Eles ganham mais competitividade em mercados exigentes, especialmente Europa e Ásia. 6. Pequenos produtores terão apoio financeiro? Ainda não há definição oficial, mas sindicatos e associações já discutem propostas de incentivos. O futuro da pecuária frente às novas regras As novas regras para transporte de animais representam um marco para a pecuária brasileira. Embora tragam custos e desafios imediatos , elas também abrem portas para mercados mais exigentes, agregam valor à carne brasileira e promovem um futuro mais sustentável. Produtores que se anteciparem às mudanças terão vantagem competitiva e poderão se destacar com certificações e parcerias comerciais estratégicas. Para mais informações oficiais, acesse o site do MAPA – Ministério da Agricultura e Pecuária -- Fonte: https://www.comprerural.com/novas-regras-para-o-transporte-de-animais-deve-custar-mais-aos-pecuaristas-veja-o-que-mudou/
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